Barroso vota contra o marco temporal; placar está 4 a 2

Atualizado em 31 de agosto de 2023 às 18:54
Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Nelson Jr/STF

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quinta-feira (31) contra o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Com isso, o placar do julgamento está em 4 a 2 contra a tese.

A tese prevê que os povos originários só podem reivindicar as terras ocupadas por eles antes de 5 outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

Em seu voto, Barroso ressaltou que a mera presença física das comunidades indígenas na data da promulgação da Constituição não deve ser o único critério para definir a titularidade das terras.

O ministro ainda destacou que as comunidades indígenas têm uma relação profunda e ancestral com seus territórios, muitas vezes marcada por tradições culturais, práticas de subsistência e espiritualidade que transcendem a uma data específica.

Indígenas acompanham sessão do STF sobre marco temporal. Foto: Rosinei Coutinho/STF

“Eu extraio da decisão de Raposa Serra do Sol a visão de que não existe um marco temporal fixo e inexorável e que a ocupação tradicional também pode ser demonstrada pela persistência na reivindicação de permanência na área, por mecanismos diversos’”, disse o ministro.

Além de Barroso, votaram contra o marco até agora os ministros Cristiano Zanin, Edson Fachin e Alexandre de Moraes – faltam cinco votos.

Os ministros André Mendonça e Nunes Marques, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), votaram pela fixação do marco temporal. O julgamento havia sido suspenso após pedido de vista de Mendonça e foi retomado nesta tarde.

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