Bastidores de Brasília: o Centrão no Governo Bolsonaro. Por Alberto Carlos Almeida

Atualizado em 6 de maio de 2020 às 17:07

PUBLICADO NO BLOG DE ALBERTO CARLOS ALMEIDA

POR ALBERTO CARLOS ALMEIDA

Estão a todo vapor as negociações para a ocupação de cargos que lidam com recursos discricionários pelos políticos do Centrão. Na mesa estão, dentre outros, a direção da Funasa, da Codevasf, de inúmeros cargos federais nos estados tais como diretorias do DNIT, assim como a secretaria executiva de diversos ministérios. Como se sabe, o secretário executivo é o segundo na hierarquia ministerial, ele pode influenciar importantes decisões do ministro no que diz respeito à distribuição de recursos,

Ninguém quer ser ministro da previdência social. Trata-se do ministério com o maior orçamento, mas todos os recursos têm destinação obrigatória. Os políticos do Centrão querem cargos que têm poder de mando sobre recursos que podem ter a destinação modificada, como mencionado, os chamados recursos discricionários.

As negociações entre os partidos do Centrão e o Governo Bolsonaro estão em andamento. Não está claro ainda se elas chegarão a bom termo. A sobrevivência de Bolsonaro depende muito disso. Em que pese todas as decisões erradas do Presidente, que são muitas e graves, ele tem instinto de sobrevivência, sabe quando está em desvantagem e tem sido capaz de recuar quando se trata de defender seu mandato.

Em duas a três semanas saberemos se o Centrão realmente fica no governo e o apoia, podendo vir a lhe dar sobrevida em quem sabe permitindo que Bolsonaro chegue a 2022, ou se o Centrão não será atendido e passara a ser mais um ator político relevante interessado em abreviar o mandato de Bolsonaro.