Bate-boca, “rapadura” e deputado de pijama: como foi o primeiro dia da CPMI dos atos golpistas

Atualizado em 25 de maio de 2023 às 16:41
Otto Alencar (PSD-BA) detona Marcos do Val (Podemos-ES). Foto: Reprodução

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas foi instalada nesta quinta (25) e se tornou um reality show para internautas. O colegiado iniciou os trabalhos hoje e definiu o deputado Arthur Maia (União-BA) como presidente e Eliziane Gama (PSD-MA) como relatora, mas já conta com uma série de momentos memoráveis.

Um deles foi a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), da oposição, concordando com Eliziane, aliada do ministro da Justiça, Flávio Dino. Uma das reclamações da sessão foi a constante interrupção que parlamentares mulheres sofriam de colegas. A relatora foi tão interrompida por homens durante os trabalhos que a bolsonarista a defendeu.

“Apesar de eu e Eliziane estarmos em posições contrárias, vamos continuar atentas a manifestações que configurem violência política contra mulher. Ela está na mesa não por ser mulher, mas por ser extremamente competente”, afirmou Damares.

Após as interrupções, a relatora ficou irrita e se comparou a uma “rapadura”. “No Maranhão a gente chama algumas pessoas de rapadura. Posso até ser doce, mas sei ser dura também”, disse Eliziane.

Outro momento memorável da comissão é o “aerolook” de Erika Hilton (PSOL-SP). A deputada também ficou irritada durante os trabalhos após o bolsonarista Abilio Brunini (PL-MT) aparecer de pijama e tentar gerar confusão no colegiado.

“Não há uma veste prevista no regimento da Casa para que senadores e deputados possam se manifestar? O deputado vem vestido da forma, como se fosse um ‘aerolook’ e ainda quer tumultuar os trabalhos da CPMI”, afirmou Erika.

A escolha da relatora do colegiado gerou uma série de discussões durante a sessão. Parlamentares de oposição alegaram que ela seria parcial por ter proximidade com o presidente Lula e com o ministro da Justiça. A tese usada para gerar tumulto foi rebatida por Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid.

Ele afirmou que diversos parlamentares tem alguma relação com o governo Lula e mandou um recado aos bolsonaristas. “Aqui entre nós tem muitas pessoas que são amigas e até parentes de Bolsonaro e nem por isso nós estamos questionando a presença deles aqui”, afirmou Aziz.

Otto Alencar (PSD-BA) também negou a tese e pediu respeito ao bolsonarista Marcos do Val. “Aqui não é delegacia de polícia não”, afirmou o senador.

Outro momento emblemático foi quando Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assumiu que seus eleitores e apoiadores de outros bolsonaristas participaram dos ataques terroristas de 8 de janeiro.

 

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