
Uma das garrafas apreendidas no Torres Bar, na zona leste de São Paulo, continha 45,1% de metanol, substância altamente tóxica e proibida em bebidas. A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
No total, nove garrafas foram recolhidas no local, e oito apresentavam contaminação, com níveis mínimos de 14,6%. O dono do bar confessou à Polícia Civil que comprava as bebidas de uma distribuidora não autorizada.
Segundo as investigações, essa empresa utilizava etanol comprado em postos de combustíveis na fabricação clandestina de bebidas, misturado com metanol — composto que pode causar cegueira, falência de órgãos e morte quando ingerido.
As vítimas são o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, e Marcos Antônio Jorge Junior, de 46. Ambos consumiram vodca no bar e morreram após apresentarem sintomas de intoxicação. Ricardo morreu em 16 de setembro, depois de quatro dias internado no Hospital Villa Lobos, e Marcos faleceu em 2 de outubro.

Na manhã desta sexta (10), a Polícia Civil fechou a fábrica clandestina responsável pela adulteração das bebidas. O galpão funcionava em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e abastecia diversos bares e comércios da região metropolitana.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em São Paulo, São Bernardo e São Caetano. Oito suspeitos foram levados à delegacia para prestar depoimento. Garrafas, rótulos, celulares e outros materiais foram apreendidos e encaminhados para perícia técnica.
“A Polícia Civil segue com as investigações para apurar o envolvimento dos suspeitos e a origem dos produtos apreendidos”, informou a SSP em nota. O caso é tratado como homicídio qualificado e crime contra as relações de consumo.