Bispo bolsonarista manda “cancelar a Netflix” por causa do Porta dos Fundos e é ridicularizado por fieis

Atualizado em 10 de dezembro de 2019 às 16:22
Dom Henrique Soares da Costa

Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (PE), pediu um boicote à Netflix por causa de um especial do Porta dos Fundos chamado “A Primeira Tentação de Cristo”.

Segundo ele, trata-se de “um filme (sic) debochado e desrespeitoso ao extremo com alguém que você ama”.

“O que nos resta fazer, se realmente cremos no Senhor Jesus Cristo, se O amamos, se O confessamos como Deus verdadeiro feito verdadeiro homem? Uma só coisa: atingir essa gente naquilo que realmente lhe importa: o bolso! Sim, porque o deus dessa turma é o dinheiro”, escreve no Facebook.

O textão idiota e obscurantista não é surpresa vindo de um bolsonarista de armário.

Durante a campanha, dom Henrique fez um apelo a suas ovelhas para não votar “de maneira alguma” num candidato que “defende valores contrários à fé: aborto, dissolução da família, ideologia de gênero, educação sexual aberrante nas escolas, laicismo, etc”.

“A guerra contra o cristianismo é clara, pesada e metódica. Não dá para brincar com isso. Hoje, é nossa maior urgência.”

“Nosso país é uma nação desmoralizada pela praga da corrupção. Em caso extremo, escolhamos o menos pior”.

Deu no que deu.

Os fieis não gostaram muito da censura do religioso.

“O senhor quer nos transformar em avestruzes?”, pergunta um sujeito.

Eis o libelo do canastrão:

Eu era assinante da Netflix. Nesta semana, desfiz a minha assinatura. Tinha que desfazê-la! Era o mínimo que poderia fazer! Desfi-la e senti-me feliz, contente, como quem presta uma homenagem a Alguém muito amado!

Em pleno tempo de preparação para o Natal do Senhor, a Netflix deu um bofetão no rosto de todos os cristãos; cuspiu na nossa cara, zombando da nossa fé. Certamente, instigada pela força demoníaca que tem inspirado tantos e tantos corações e mentes nestes tempos de neo-paganismo, esta empresa ofereceu na sua programação como “Especial de Natal”(!!!!!) um filme blasfemo, vulgar e desrespeitoso para com o nosso Deus e Senhor Jesus Cristo e sarcástico com a fé de todos os cristãos…

Imaginem um filme debochado e desrespeitoso ao extremo com alguém a quem você ama – com o seu pai, com a sua mãe, com coisas que lhe são muito caras e definem e alicerçam a sua vida… Como reagir? O ideal seria uma ação judicial. Mas, com a desculpa de liberdade de expressão, todo lixo é permitido, todo sarcasmo para com a fé alheia e louvado, tudo quanto trinca e corrói os alicerces da nossa cultura e da nossa sociedade é reputado como avanço e progresso…

O que nos resta fazer, se realmente cremos no Senhor Jesus Cristo, se O amamos, se O confessamos com Deus verdadeiro feito verdadeiro homem? Uma só coisa: atingir essa gente naquilo que realmente lhe importa: o bolso! Sim, porque o deus dessa turma é o dinheiro.

Então, como Bispo da Igreja, eu exorto vivamente aos cristãos: neste Natal, proclame seu amor, sua fé, seu respeito em relação a Nosso Senhor Jesus Cristo; mostre que seu amor por Ele é real e ativo: cancele a assinatura da Netflix e lá, no menu apropriado, explique o motivo: “desrespeito por Jesus Cristo”, “desrespeito pelo cristianismo”, etc. (…)

Este cancelamento é uma interessante prova do quanto Cristo é ou não Alguém realmente significativo na sua vida!

Se você não acredita que Jesus seja o Cristo de Deus, mas é um cidadão sensato, uma pessoa de bem, de visão ampla, reflita um pouco: para onde vai uma sociedade que desrespeita a religião e a sensibilidade das pessoas? Como construiremos um espaço de tolerância e respeito deste modo? É positivo zombar dos valores religiosos caros à grande maioria de uma sociedade, divertir-se fazendo chacota com realidades que são sagradas para muitos?

A Netflix tinha o direito moral de fazê-lo? Se você acha isto um erro grave, peço-lhe que, mesmo não sendo crente, também cancele sua assinatura, em nome da saúde da nossa sociedade e da boa convivência entre os brasileiros! Cancele e diga o motivo: “falta de respeito pela religião dos demais”… (…)