O bloqueio do X (ex-Twitter) ficou “muito mais difícil” após uma manobra da plataforma para burlar a suspensão no Brasil, segundo Basílio Rodríguez, conselheiro da Abrint (Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações). A rede social mudou sua rota de tráfego e passou a usar um IP do serviço Cloudfare, que protege servidores com uma espécie de “escudo”.
Essa mudança ocorreu durante a madrugada desta quarta (18). “Nessa versão nova, ele está mudando a forma de trabalhar. Em vez de trabalhar usando os IPs do próprio X, ele está usando o proxy reverso do Cloudflare para poder acessar as redes. Mudou a forma de funcionamento”, afirmou Basílio ao Correio Braziliense.
Um bloqueio total do Cloudfare no Brasil não seria viável, já que derrubaria diversos outros sites que usam seu IP, como sistemas do próprio governo, empresas e até bancos no país. “Sabemos que foi deliberado, é óbvio que foi deliberado. Foi mudado para poder voltar a funcionar”, prosseguiu o conselheiro da Abrint.
Ele ainda aponta que o novo bloqueio da rede social “deve demorar alguns dias” e que a complexidade para retirar o site e o aplicativo da plataforma do ar aumentou.
“O bloqueio ficou muito mais difícil, muito mais complexo, porque dentro desse serviço não está apenas o X. Está o próprio governo, que tem sites no mesmo IP, imprensa tem site no mesmo IP, bancos têm sites no mesmo IP. Ou seja, se você bloquear esse IP, você pode bloquear metade da internet. Isso tudo só para tirar o X do ar”, acrescenta.
A rede social foi bloqueada no Brasil no fim de agosto após descumprir ordens do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não autorizou a volta de suas operações no país.
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