
Foto: Anderson Coelho/AFP
O procurador Frederico Paiva, do Ministério Público Federal (MPF), no Distrito Federal, que investiga os bloqueios nas estradas realizados por bolsonaristas, disse nesta segunda-feira (7) que suspeita que os manifestantes tenham um financiamento oculto.
“Os caminhoneiros tinham cobertura por trás. Ninguém abre mão de trabalhar por todo esse tempo se não há cobertura financeira por trás”, afirmou o procurador em entrevista à GloboNews.
Segundo ele, identificar quem são os supostos financiadores dos protestos é mais importante do que saber quem são os motoristas que participaram dos atos antidemocráticos contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.
“É de fundamental importância identificar quem fomentou esse movimento, e que sofra severa punição”, disse. “Se não conseguir punir, vai acontecer de novo”.
O procurador afirmou também que a investigação precisa avançar para chegar a uma conclusão, mas que há indícios de crime eleitoral e prevaricação por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Em relação à PRF, o que a gente questiona é essa suposta falta de ação logo após o resultado eleitoral, quando começaram esses bloqueios em rodovias federais. A gente quer saber se essa omissão da PRF tem alguma motivação política”, disse.
O MPF pediu um inquérito contra o diretor da corporação, Silvinei Vasques, na semana passada, por suposta omissão no combate aos bloqueios. A PRF nega que isso tenha acontecido.
O balanço mais recente aponta que ainda há cinco bloqueios em quatro estados: Rondônia, Pará, Santa Catarina e Mato Grosso.
Os protestos tiveram início na madrugada do dia 31, após o resultado das urnas, que definiu a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula. Apoiadores do presidente dizem que não reconhecem a vitória do petista e pedem “intervenção federal”.