Boa química, fim do tarifaço e encontro presencial: o que Lula e Trump conversaram

Atualizado em 6 de outubro de 2025 às 12:13
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Lula. Foto: Reprodução

O Palácio do Planalto afirmou que a conversa entre os presidentes Lula e Donald Trump, dos Estados Unidos, nesta segunda (6) durou cerca de 30 minutos e os dois combinaram de ter um encontro presencial em breve. O governo relembrou que os líderes tiveram uma “boa química” durante a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York.

A principal pauta do diálogo foi o tarifaço imposto pelo governo americano ao Brasil. “O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”, disse o Planalto em nota.

Segundo o comunicado, Lula “solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras” e Trump designou Marco Rubio, secretário de Estado do país, para negociar o tema com os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento Industrial), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).

A videoconferência ocorreu após o tarifaço de Trump, que impôs taxas de 50% sobre produtos brasileiros exportados ao seu país. A medida, vigente desde agosto, atinge  cerca de 36% das vendas externas do Brasil e foi justificada por supostos desequilíbrios comerciais.

Os dois se encontraram pela primeira vez no dia 23 de setembro na Assembleia Geral da ONU e se cumprimentaram brevemente nos bastidores. Na ocasião, Trump disse que Lula parecia ser “um homem muito legal”.

No mesmo evento, o brasileiro criticou, durante seu discurso, “sanções arbitrárias” e à “ingerência em assuntos internos”, um recado direto à Casa Branca.

Os presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Lula, durante discursos na Assembleia Geral da ONU. Foto: Reprodução

Haddad já havia adiantado que o diálogo foi “positivo” e o Planalto relatou que o tom foi “amistoso”. O presidente brasileiro sugeriu que os dois se encontrem na Cúpula da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que ocorre em 26 de outubro, na Malásia. O republicano não confirmou sua presença no evento.

Lula ainda convidou Trump para participar da COP30, em Belém (PA), no próximo mês e se dispôs a viajar aos Estados Unidos para viabilizar o encontro presencial. “Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação”, disse o Planalto.

Leia a nota na íntegra:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta manhã (6/10), telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.

O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos.

Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.