“Bolsarney” e a velha “nova política”. Por Fernando Brito

Atualizado em 4 de dezembro de 2020 às 11:14
Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/G1

Originalmente publicado em TIJOLAÇO

Por Fernando Brito

Nos jornais de hoje, explode a fossa que se tornou a eleição para o comando do Legislativo até 2022 (e é por 2022 que ele se tornou uma fossa).

Os votos de Gilmar Mendes e Dias Tóffoli para permitir a reeleição da presidência da Câmara e do Senado na mesma legislatura, permitindo a continuidade de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, em matéria de “jeitinho” anticonstitucional conseguiram ser superados pelo “jeitão” encontrado por Nunes Marques – o novo ministro, indicado por Bolsonaro – que diz que vale a reeleição para Alcolumbre, mas não para Maia (inimigo figadal do “Mito”), sob o argumento de que Maia já está “reeleito”, mesmo que no parlamento se considerem cada mandato e legislatura estanque em relação ao próximo.

Lama com toga, lama com faixa: em O Globo, escancara-se a intenção de Jair Bolsonaro de trocar ministros e até criar um novo Ministério para abrigar integrantes do Centrão e de partidos que estariam propensos a apoiar a recondução de Rodrigo Maia à presidência da Câmara.

Aliás, nas contas do governo está também a “traição” no voto secreto em seu candidato, Arthur Lira, por integrantes de partidos que se alinhem a Maia. Afinal, pagando bem, que mal tem?

É isso: voltou o “Centrão”, é natural que volte o desavergonhado “é dando que se recebe” dos tempos de Roberto Cardoso Alves e Sarney.

Aliás, o governo Bolsonaro anda por merecer o apelido de Bolsarney, porque está vendo o país à beira de uma crise desastrosa e só se preocupa com politicagem de quinta categoria e com a sua permanência no poder.