Bolsonarista comercializa armas por WhatsApp antes da posse de Lula

Atualizado em 21 de dezembro de 2022 às 16:32
Homem vende armas e registro de atirador em grupos de WhatsApp
Foto: Reprodução/UOL

Chamado de “Despachante Bélico” no WhatsApp, um homem vende armas e oferece serviços para facilitar o registro de atirador.

Segundo reportagem do UOL, ele age por meio de grupos no aplicativo de mensagens e diz aos interessados que ficará “impossível ao cidadão de bem exercer seu direito de defesa” após a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O comerciante alega também que o petista irá alterar a regulamentação de CACs (categoria que reúne colecionadores, atiradores e caçadores).

As vendas são realizadas através do WhatsApp e ocorrem com o encaminhamento de dados com informações sobre as armas supostamente à venda, fotos, vídeos e valores, pedindo agilidade aos clientes.

“Um participante fala que o que estou fazendo é errado, que estou armando as pessoas (…). Um cara desses não sabe o que é ser vítima de um assalto. Como vamos defender nossa família? Como vamos defender nosso patrimônio?”, diz o despachante de armas em uma das mensagens.

Questionado por mensagem pelo UOL, o homem disse que não queria se posicionar e bloqueou o número que fez o contato.

Em novembro deste ano, a Associação CAC Brasil registrou um boletim de ocorrência em São Paulo pelo crime de estelionato ao descobrir a criação de um grupo no WhatsApp que usava irregularmente o nome da instituição para o comércio ilegal de armas. A Polícia Civil investiga o caso.

Para vender armas de fogo, é preciso ter autorização da Polícia Federal ou do Exército. Em nota, o Exército afirmou que não há previsão legal para a atuação de despachantes nesse tipo de segmento.

A venda ilegal de armas está prevista no artigo 17 do Estatuto do Desarmamento, que prevê pena de seis a 12 anos de prisão e pagamento de multa.

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