Bolsonarista Gustavo Gayer é intimado pelo STF por denúncia de racismo

Atualizado em 27 de fevereiro de 2024 às 20:43
Jair Bolsonaro e Gustavo Gayer sorrindo lado a lado para selfie, em close
Jair Bolsonaro e Gustavo Gayer em evento na Avenida Paulista – Reprodução/Instagram

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, emitiu uma intimação ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) para que responda à denúncia por injúria e racismo apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em novembro do ano passado. O prazo estipulado para a resposta é de até 15 dias. Caso a condenação ultrapasse quatro anos de prisão, a PGR solicita a declaração de perda do mandato parlamentar.

Em um episódio do podcast “Três Irmãos” em junho de 2023, Gayer fez comentários controversos, alegando que “quase todos os países lá [na África] são [governados por] ditadores” e sugerindo que a democracia na região não prospera devido à suposta falta de capacidade cognitiva. Essas declarações foram feitas em resposta a Rodrigo Arantes, o apresentador do programa, que mencionou o QI médio na África.

Nas mídias sociais, Gayer também respondeu a uma postagem de Silvio Almeida, referindo-se ao ministro dos Direitos Humanos como “analfabeto funcional ou completamente desonesto”.

Além disso, a ministra Cármen Lúcia ordenou que a plataforma de mídia social X (antigo Twitter) preserve e forneça uma cópia digital da publicação na qual o deputado insulta o ministro.

A iniciativa da PGR foi uma resposta a denúncias apresentadas por diversos parlamentares, incluindo Célia Xakriabá, Erika Hilton, Luciene Cavalcante e Talíria Petrone, do PSOL, assim como pelo próprio Silvio Almeida.

Gayer, que foi um dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), participou de um evento liderado pelo mesmo no domingo (25), onde afirmou que “desde o 8 de janeiro que pessoas que usam verde e amarelo são perseguidas”.

Conforme reportado pela Folha de S.Paulo, Gayer se autodeclarou pardo durante sua candidatura ao cargo de prefeito de Goiânia (GO) em 2020 e branco na disputa pelo posto que ocupa atualmente, em 2022.

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