De acordo com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, a rádio Jovem Pan, que desde 2014, com a assunção ao poder de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, pavimentou uma guinada à extrema direita do espectro político em sua cobertura jornalística, é a emissora que mais recebe verbas publicitárias do Governo Federal.
Em 2021, esse montante foi de R$ 2,2 milhões e representou 13% do total do gasto governamental com o meio de comunicação. Outras gigantes do mercado, como Bandeirantes e Globo, ficam atrás, com R$ 1,6 milhão e R$ 759 mil, respectivamente.
Ainda assim, o CEO da Jovem Pan, Roberto Araújo diz que as verbas públicas não são o maior faturamento da casa: “Hoje, a verba pública representa a menor fatia do bolo da nossa receita, um sinal de que nossa transformação ocorreu como esperado”, diz o executivo, acrescentando que o grupo tem sido cada vez mais procurado por “empresas privadas para projetos que fogem do modelo convencional de mídia”.
Não por acaso, os maiores anunciantes da casa são empresários bolsonaristas: empresas como Havan e Coco Bambu aparecem no espaço comercial do rádio. “A Jovem Pan traz um jornalismo independente, coisa que nosso país precisa atualmente”, disse Ronald Aguiar, um dos sócios da rede de restaurantes.
O jornalismo da casa, que utiliza-se da terminologia bolsonarista em seus programas, valendo-se de expressões como “ativismo de toga”, “judiciário ativista”, “imprensa velha” e, claro, referências ao atual líder das pesquisas à sucessão presidencial como “o ex-presidiário Lula”, vem garantindo à rádio da família Amaral de Carvalho altos índices de audiência tanto no rádio como no YouTube.
Segundo pesquisas realizadas por suas concorrentes, o ouvinte da Jovem Pan a tem como única fonte de informação na mídia tradicional e tem nos grupos de WhatsApp sua outra referência jornalística.