Bolsonarista Júlia Zanatta é alvo de ação na PGR por ataques a Lula

Atualizado em 25 de setembro de 2025 às 12:06
A deputada bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC). Foto: Reprodução

A deputada federal bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) se tornou alvo de uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) após chamar o presidente Lula (PT) de “corrupto de nove dedos” durante a entrega de uma viatura à Polícia Civil de Criciúma, em Santa Catarina.

O pedido foi protocolado pelos deputados petistas Pedro Uczai (PT-SC) e Ana Paula Lima (PT-SC), que pedem investigação por supostas infrações criminais, administrativas, eleitorais e disciplinares.

Durante o evento, Zanatta declarou que esperava que a viatura fosse usada “para prender o maior corrupto do Brasil, o nove dedos”. Para os parlamentares, a fala extrapola os limites da liberdade de expressão e configura calúnia, injúria e difamação contra o presidente da República.

Na representação, Uczai e Ana Paula Lima sustentam que, ao chamar Lula de “maior corrupto do Brasil”, a deputada não apenas fez uma acusação genérica, mas atribuiu a ele a prática do crime de corrupção. Eles ressaltam ainda que a imunidade parlamentar prevista no artigo 53 da Constituição não é absoluta.

Lula diz que 'não há espaço para brincadeiras', só para conversa séria com Trump
O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

Em resposta, Júlia Zanatta classificou a representação como perseguição política. “Não é autopromoção, é prestação de contas”, disse ao jornal Gazeta do Povo. A deputada afirmou que a entrega da viatura é fruto de emenda parlamentar voltada ao reforço da segurança pública de Santa Catarina e que iniciativas semelhantes fazem parte da rotina de seu mandato.

Críticas anteriores

Não é a primeira vez que a deputada se envolve em controvérsia com o PT. Em agosto, Júlia Zanatta foi criticada por partidos de esquerda ao levar a filha bebê para a ocupação do plenário da Câmara durante protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL).

Na ocasião, Zanatta alegou que levou a criança porque precisava amamentar durante o bloqueio da pauta. O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, acionou o Conselho Tutelar de Brasília, acusando-a de violar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).