
Por Fabrício Rinaldi
Durante um ato bolsonarista pró-Trump, realizado neste domingo (20), na Avenida Paulista, em São Paulo, o militante de extrema-direita Vitor Chimatti protagonizou uma cena de violência política. Com bandeiras do Brasil e de Israel nas mãos, Chimatti e um grupo de apoiadores atacaram verbal e fisicamente um homem que passava pelo local vestindo uma camiseta da Palestina.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que Chimatti agride o rapaz e incita os presentes à hostilizarem. O episódio ocorre em meio a um contexto de crescente tensão internacional sobre a genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza, que já resultou em dezenas de milhares de mortos, incluindo crianças, mulheres e civis indefesos.
A manifestação, marcada por baixíssima adesão, rapidamente foi ofuscada pelo episódio de violência e pelas contradições gritantes dos próprios manifestantes. Alguns dos presentes exibiam bandeiras de Israel em nome do “cristianismo”, embora a maioria da população israelense é judaica e não reconhece Jesus como Messias, crença central do cristianismo.
Reincidência de violência política
Vitor Chimatti não é um desconhecido nesse tipo de conduta. Em outro episódio recente, ele apontou o jornalista Fabrício Rinaldi em meio a uma manifestação bolsonarista, identificando-o como um profissional de esquerda e incitando a multidão contra ele. O jornalista, que apenas entrevistava o advogado de um político bolsonarista, correu risco real de linchamento.
O histórico de Chimatti inclui boletim de ocorrência por condutas semelhantes, e a participação em outros episódios que demonstram o avanço da violência política e da radicalização de militantes da extrema-direita no Brasil.
Democracia em risco
A normalização de episódios como o deste domingo é mais um alerta sobre os riscos à democracia e à liberdade de expressão no país. A incitação ao ódio, o estímulo à violência e a intolerância política precisam ser investigados com rigor. A responsabilização de indivíduos que agem como Chimatti é essencial para impedir a escalada da violência política no Brasil.
Após as discussões, aconteceu a intervenção da Guarda Civil Municipal que usou gás de pimenta sem qualquer outra tentativa de ação ou responsabilização dos envolvidos.