Bolsonarista Mion critica governo por desempenho na Olimpíada e omite que é obra do “mito”

Atualizado em 31 de julho de 2024 às 9:06
O apresentador Marcos Mion ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Reprodução

Em sua conta no Instagram, Marcos Mion compartilhou um vídeo reclamando da falta de investimento no esporte nacional. “Está me partindo o coração ver os nossos atletas olímpicos pedindo desculpas por não terem ganhado medalha, por terem perdido. Queridos atletas, parem por favor. Cabeça erguida, vocês só merecem aplausos, vocês só merecem reconhecimento. Se alguém tem que pedir desculpas é o nosso governo, que não construiu um histórico, não construiu uma tradição de investimento no esporte, não vocês. Aliás, eu fui checar, tá? Para ter embasamento no que estou falando, e a média de salário de um atleta no Brasil em 2024 é de R$ 2.000 por mês. Mesmo assim, a gente vê em todas as Olimpíadas nossos atletas disputando e ganhando medalhas. Isso, para mim, é surreal. Mostra o tamanho do coração do povo brasileiro, mostra que a gente tem muita garra”, disse.

Isso é obra do governo Bolsonaro, que Mion apoiou, começando pela extinção da pasta. O governo Bolsonaro anunciou que não lançaria edital do Bolsa Atleta em 2020, unificando as edições de 2020 e 2021 do programa. Na prática, isso significou que atletas que há anos recebiam o benefício passaram a completar 12 meses não consecutivos sem recebê-lo, em um processo que já havia começado no governo Michel Temer (PMDB) e chegado ao limite.

Desde o início de 2017, o orçamento do Bolsa Atleta havia chegado ao limite. O programa custava R$ 140 milhões por ano, mas o orçamento da União só reservou R$ 70 milhões. A primeira solução foi postergar ao máximo a divulgação da lista. Para 2023, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) que Jair Bolsonaro (PL) encaminhou ao Congresso Nacional previa um corte de R$ 108 milhões na área esportiva, uma redução de 36% em comparação com o último ano de seu governo.

A verba para o esporte de rendimento, voltada para competições, caiu de R$ 215,3 milhões para R$ 184,9 milhões. No esporte comunitário, a perda foi ainda maior: 90%, passando de R$ 86,9 milhões para apenas R$ 8,9 milhões. Em 2020, com a aprovação da primeira lei orçamentária do governo Bolsonaro, a Secretaria do Esporte recebeu 49% a menos que no ano anterior. Dois terços dos funcionários da pasta foram demitidos. O edital do Bolsa Atleta foi cancelado e um novo edital só foi publicado em 2021.

Em plena pandemia, com a redução das atividades econômicas e o ciclo olímpico se encerrando, atletas brasileiros tiveram que abandonar treinos e procurar outro trabalho para sobreviver.

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