
A humorista Juliana Oliveira, ex-assistente de palco de Danilo Gentili no programa “The Noite”, acusa o apresentador bolsonarista Otávio Mesquita de estupro. A comediante foi demitida do SBT em fevereiro e afirma que o caso ocorreu durante gravação do programa há quase nove anos.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, Juliana entrou com uma representação criminal no Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Na denúncia, ela diz que Mesquita tocou nos seus seios e em outras partes íntimas em 25 de abril de 2016.
A comediante afirma que as gravações do “The Noite” daquela data mostram o abuso e suas tentativas de se esquivar e demonstrar contrariedade. O advogado Hédio Silva Jr., que representa Juliana, afirma que a lei “considera que a prática de atos libidinosos mediante violência configura estupro, ainda que não haja penetração”.
Veja a gravação citada na denúncia:
VEJA! Esse seria o suposto momento entre Juliana Oliveira e Otávio Mesquita no #TheNoite pic.twitter.com/oYzrzFkgkG
— Brenno (@brenno__moura) March 27, 2025
Mesquita negou que tenha cometido qualquer crime e alega que o ato foi uma brincadeira combinada informalmente entre eles antes do início das filmagens. Ele diz que a comediante poderia pedir ao SBT para que a gravação não fosse ao ar se não tivesse gostado.
“É um absurdo. Aquilo foi gravado. Ela demorou nove anos e só fez isso agora porque foi demitida e está chateada. A minha ex-mulher e o meu filho estavam lá na plateia. Não houve um estupro. Foi uma brincadeira”, afirma. Ele diz que não recebeu qualquer notificação sobre a denúncia e vai processar a comediante por danos provocados à sua imagem.
Para os advogados de Juliana, sua resistência durante a gravação evidencia “o uso de violência física, já que a vítima lutou ativamente para se desvencilhar do agressor, reagindo com tapas e chutes” e “reforça a ausência de consentimento e elimina qualquer dúvida sobre a configuração do crime”.
Juliana não se manifestou publicamente sobre o caso e, segundo Hédio, ela inicialmente não tinha consciência da gravidade do caso e achava que o episódio configurava assédio. Na representação, ele e a advogada Silvia Souza pedem para que ele seja investigado por estupro.
“A cultura do silenciamento, reforçada pelo julgamento social e pela descrença das autoridades, muitas vezes impede a busca imediata por Justiça, fatores estes que encarecem a intervenção do Ministério Público para garantir a responsabilização do agressor e impedir que o tempo seja um escudo para a impunidade”, diz o documento.
Otávio Mesquita apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro e votou nele nas duas eleições presidenciais que disputou. Em 2021, durante entrevista à Jovem Pan, o jornalista chegou a dizer que o então mandatário “não teve nenhum problema em relação a roubo” ou “envolvimento em coisas ruins”.
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