Bolsonarista que ameaçou Lula em SC se fantasiou de Coringa e acumula processos trabalhistas

Atualizado em 21 de outubro de 2022 às 0:50
Valter Lima da Costa

A equide da PF que faz a segurança de Lula pediu à corporação a investigação de Valter Lima da Costa, bolsonarista de Santa Catarina que viralizou com um vídeo em que segura uma espingarda e ameaça o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Barbudo, com roupas de “camuflagem” e boné escrito “Bolsonaro”, ele é pai de Maikon Costa (PL), vereador de Florianópolis e candidato derrotado a deputado federal. “Ele é muito louco, muito louco. Ele é retardado”, disse ao DCM um parente dele que prefere não se identificar por razões de segurança.

O bairro Carianos, no sul de Florianópolis, é a principal base eleitoral de Maikon Costa e local onde Valter morou e teve uma empresa, a VLC Cargas e Encomendas LTDA, que já fechou. A empresa acumula processos trabalhistas na justiça.

Antes de se tornar empresário, ele trabalhou como agente de rampa portuária no Aeroporto Internacional de Florianópolis, situado no mesmo bairro.

Costa tem uma filha com quem não conversa. Ele é conhecido também por bizarrices: em 2019, se fantasiou de “Coringa” e foi para a galeria da Câmara de Vereadores assistir à sessão.

O filho Maikon, atualmente filiado ao PL e igualmente bolsonarista, deu uma guinada recente em sua carreira política, já tendo sido de esquerda.

A exemplo do pai, Maikon acumula confusões: possui inúmeros boletins de ocorrência contra si e, durante a campanha eleitoral de 2022, foi preso duas vezes, uma por desobedecer policiais e outra por boca de urna no dia da votação.

Valter Lima da Costa mora em Palhoça, em uma localidade conhecida como Albardão. “Tenho 10 hectares de terra, não está produtiva. Gostaria muito que tu viesses invadir, Lula, como tu falasse que ia invadir a casa dos nossos deputados, pra incomodar. Tá aqui pra você, tá vendo aqui?”, afirma no vídeo, exibindo a arma.

Segundo o Código Penal, a ameaça ocorre por palavra, escrito, gesto ou meio simbólico. “Me parece que configura ameaça pelo meio simbólico, pelo uso da arma”, afirma professor e jurista Juliano Keller do Valle em entrevista ao NSC Total.

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Valter Lima da Costa mandou a seguinte nota ao DCM:

O vídeo utilizado de maneira oportunista e eleitoreira  é um pequeno recorte feito pelo PT, é um vídeo antigo e requentado, gravado há muito tempo em resposta ao ex-presidiário Lula que teria em um encontro da CUT incentivado manifestantes a irem às casas de parlamentares para pressionarem os familiares dos políticos, o que tenho a dizer é:

Não foi ameaça, foi uma AVISO que se forem à minha casa, e tentarem invadi-la, defenderei o meu lar com “unhas e dentes” afinal o Lar é inviolável segundo a Constituição Federal, conforme previsto no art 5 da Carta Magna, no XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador. 

A Policia Federal deve mesmo é se preocupar com os corruptos deste país e não com um inquérito que nasce natimorto, que só irá adiante por um malabarismo politiqueiro que pode inclusive caracteriza-se como abuso de autoridade conforme LEI Nº 13.869/19.

Sobre a vinculação dos meus familiares, primeiro meu filho, vereador por Florianópolis, digo que  eu e ele divergimos em diversos pensamentos, foi crítico ele inclusive do fato em tela, e ele já se manifestou sobre o acontecido, mas vocês devem ter “orgarmos ao citá-lo”. 

Já sobre minha filha que não é uma figura pública, vocês deveriam ter mais cuidado em mencioná-la, ainda mais tratando-se de um caso de família, que possui reservas e sigilo inclusive do ponto de vista jurídico, ainda mais se o fato reportado for inverídico, diga-se de passagem minha relação com ela vai muito bem obrigado e o DCM e o colunista será responsabilizado pelo crime contra a nossa honra familiar.  

Sobre o fechamento da minha empresa, em que por 30 longos anos mantive negócios na cidade e infelizmente após a pandemia precisamos fechar, me orgulho de ter nos meus registros mais de 200 funcionários, e mesmo não recebendo os dividendos de uma das empresas em que representava, a AVIANCA que após sua falência nos deu um calote, eu honrei com meus diversos compromissos e rescisões trabalhistas e não foram poucos para o fechamento da empresa, porém 03 destes apenas, resolveram questionar seus direitos na justiça trabalhista, questionamentos estes legítimos, porém se são justos ou injustos, isso será apurado no curso do processo.  

Sobre a teatralidade do personagem Coringa, minha luta foi contra os milhões de reais que foram dos cofres públicos municipais para a mídia local, em apoio ao meu filho que lutou praticamente isolado contra gigantes da cidade, enquanto os vereadores da esquerda faziam cara de paisagem sobre o assunto.

Sobre eu e o meu filho, e muitas pessoas já terem sido de esquerda, posso garantir que essa doença tem cura.

Valter Lima da Costa