Bolsonarista que matou líder do PT atendeu apelo do “mito”: “Sabemos o que temos que fazer”

Atualizado em 10 de julho de 2022 às 12:26
Jorge José da Rocha Guaranho

Jorge José da Rocha Guaranho e Marcelo Arruda são vítimas de Jair Bolsonaro.

Guaranho era o agente penitenciário federal que invadiu a festa de 50 anos do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. 

A comemoração era temática do PT. Guaranho gritava “mito” e outras provocações no carro com a mulher e o filho recém-nascido. 

Foi expulso e voltou para matar Arruda e outros petistas que estavam lá. Morreu junto com Arruda, que comemorava 50 anos com família e amigos. 

O Facebook de Guaranho mostra sua radicalização. De fotos com a camisa do Vasco, ele evoluiu para propaganda de Bolsonaro, fotos de “arminha” com as mãos e xingamentos ao STF, a Lula e ao “comunismo”. 

Morador de Foz, entrou no Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2011. As imagens alegres foram dando lugar a postagens a favor de pautas de extrema-direita. 

Festejou a notícia de que “Colômbia aprova prisão perpétua para estupradores e assassinos de crianças”, por exemplo. Criticava o isolamento social na pandemia e o “Superman preto”. 

Guaranho atendeu ao apito de cachorro de Bolsonaro.

Na live de quinta-feira (7), ele disse que seus eleitores sabem “como se preparar”.

“Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que está em jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, falou.

Guaranho entendeu o recado. Jair Bolsonaro deu-lhe uma razão para morrer.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.