
A Justiça de Mato Grosso condenou o bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, a 14 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado contra Benedito Cardoso dos Santos, que tinha 42 anos e era apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O crime aconteceu em setembro do ano passado, durante uma discussão política em Confresa, a 1.180 km de Cuiabá. Com informações da Folha de S.Paulo.
Os jurados do Tribunal do Júri de Porto Alegre do Norte acolheram as qualificadoras que foram apresentadas na denúncia e entenderam que o assassinato ocorreu por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e com meio cruel. O julgamento foi realizado em 24 de agosto e ainda caberá recurso.
Na época do crime, a polícia informou que o acusado matou seu colega de trabalho a facadas depois de uma discussão política em uma fábrica de cerâmicas. Ele confessou o assassinato em depoimento e contou que, quando a discussão ficou acalorada, eles trocaram socos. A confissão serviu como atenuante para redução de pena no julgamento.
Segundo o delegado Higo Rafael Ferreira de Oliveira, o autor do assassinato tentou decapitar a vítima com um machado, mas não teve sucesso. Rafael ainda filmou o corpo com o celular.

O exame de necropsia feito pela Polícia Civil concluiu que Benedito morreu com 70 golpes de faca e machado. Já na sentença, o juiz Daniel de Sousa Campos classificou como graves as circunstâncias do crime: “Os motivos são desfavoráveis, em razão da futilidade reconhecida pelos jurados”.
O homicídio foi um dos crimes que marcou o período eleitoral no ano passado, em um pleito que foi polarizado entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). Na ocasião, o petista chegou a repudiar o ato de violência, se referindo ao caso como “selvageria”.