Bolsonarista sai da cadeia e volta a delinquir: ataca Marielle Franco enquanto seu público, religioso, aplaude

Atualizado em 29 de julho de 2020 às 0:20
Daniel Ativista, em foto no seu facebook

Daniel Miguel, que se apresenta como Daniel Ativista, passou alguns dias na cadeia, por atentar contra as instituições republicanas e também participar de grupos que propagam outras mensagens de ódio. Mas não adiantou.

Ele continua promovendo ataques rasteiros, inclusive contra quem não pode mais se defender.

Hoje, ele postou um vídeo com ataque à vereadora Marielle Franco, assassinada há mais de dois anos sem que ainda se saiba por que, apenas que da ação participaram milicianos a serviço do ódio e da ganância.

No vídeo, Marielle se dirige ao público que participava do Viradão Feminista.

Ela se apresenta como favelada da Maré e mãe de  Luyara, filha que teve do casamento com seu primeiro namorado, ainda adolescente

Marielle defende a legalização do aborto, posição compatível com a militância política dela em defesa do direito das mulheres.

Daniel escreveu:

“O que a Globo não te contou sobre Marielle”.

Foi o que bastou para que seus seguidores, que se consideram cidadãos de bem, expusessem todo o ódio que carregam.

“Tadinha, acabou sendo abortada… que triste”, escreveu, com a edição de emojis de gargalhada. A autora da frase é Dejane Gomes, que publicou em seu facebook a frase “Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor”.

Outra seguidora do ex-presidiário, Suzie Annarelli, comentou:

“Fico pensando, quantas vidas de bebês o assacino (sic) dela livrou, cancelando seu CPF”.

Suzie é bolsonarista-raiz, faz propaganda do partido que Bolsobaro quer criar e também publica mensagens religiosas, como:

“Continue fazendo o certo, mesmo que esteja tudo errado. A obediência a Deus sempre traz recompensas”.

É certo comemorar a morte de uma mulher inocente, como Marielle?

Daniel Miguel foi um dos líderes do acampamento dos 300 — que, se teve a adesão de 30, foi muito –, juntamente com Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter.

Ele foi preso no dia 23 de junho, quando compareceu à Polícia Federal para depor.

Foi solto alguns dias depois, com tornozeleira eletrônica.

Ao contrário dos seus comparsas, não teve perfis nas redes sociais cancelados.

Como passou muito tempo no acampamento, não se sabe ao certo o que faz da vida — se tem profissão, se já trabalhou algum dia ou se é militante profissional.

Na postagem sobre Marielle, a maior parte linchou quem já não pode se defender, mas até entre seus seguidores houve gente que achou que ele passou do ponto:

“Cada um faz o que quer com seu corpo. Gente preconceituosa. Isso, sim, é nojento!”.

Outra lembrou:

“A mulher já morreu. Pra que isso?”

Para quê? Por ódio, ódio próprio de quem não suporta ver que venceu na vida uma mulher negra e pobre, moradora da favela, que se formou socióloga, e se elegeu vereadora do Rio de Janeiro.

Os milicianos, a mando de alguém ou algum grupo, a mataram. E agora Daniel e seus seguidores continuam a tarefa de destruição. No caso, da sua memória.

É o que sabem fazer.

A tornozeleira eletrônica não impede que ele continue a espalhar ódio

Abaixo, o vídeo postado por Daniel Ativista: