Bolsonaristas acampados procuram sniper para ensiná-los a usar armamentos pesados

Atualizado em 27 de dezembro de 2022 às 13:39
Material apreendido com bolsonarista que montou artefato explosivo em Brasília
Foto: Marcus Barbosa

Bolsonaristas que estão acampados no Quartel-General do Exército procuraram um sniper, espécie de atirador “especial”, para aprender a manusear armas de alto calibre, como fuzil. A informação foi confirmada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nesta terça-feira (27), durante coletiva de imprensa no Palácio do Buriti.

Segundo o chefe do Executivo local, o delegado-geral da Polícia Civil do DF (PCDF), Robson Cândido, apontou que há um grupo com mentalidade voltada para o crime e que tem se preparado buscando cursos como sniper para poder utilizar armamentos mais potentes.

“Estamos tratando realmente como ato terrorista. Todas as providências já foram tomadas pela polícia e pelo Poder Judiciário no sentido da repressão. Queremos deixar bem claro que a polícia está preparada para reprimir atos como esses. É um crime hediondo e que pode levar até 30 anos de prisão”, destacou Ibaneis.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou na coletiva que o caso está sendo tratado como terrorismo e que o enquadramento final cabe ao Judiciário. “Está sendo tratado naquilo que nos cabe, como terrorismo. O próprio depoimento do George [bolsonarista preso após implantar explosivos] deixa isso claro. Houve busca de preparação para ser sniper. É um elemento dissuasório”, disse.

“Isso não pode ser tratado como uma coisa qualquer. Estamos tratando de pessoas que ameaçam vidas e integridade física e patrimonial. Por isso, provavelmente, receberão penas muito altas. Que isso sirva de exemplo para eventuais outras pessoas que tenham a mesma intenção”, declarou Dino.

No último sábado (24), o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa tentou explodir uma bomba em uma área próxima ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Ele confessou o ato e afirmou que sua motivação foi ideológica e voltada para iniciar o “caos”.

O bolsonarista foi autuado por terrorismo e a Justiça determinou a prisão dele por tempo indeterminado. Em depoimento, ele afirmou que fez o transporte de seu arsenal de armas em um carro do Pará até Brasília e que, se fosse parado pela polícia, justificaria que as armas eram para uso em clube de tiro.

George Washington disse ainda que frequentou o acampamento de apoiadores do presidente em frente ao QG em Brasília e que conversou com outras pessoas sobre a possibilidade de uma ação terrorista com explosivos.

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