Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal no DF, o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, passou a ser ameaçado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) após determinar a prisão do ex-ministro da Educação e pastor presbiteriano Milton Ribeiro, na manhã desta quarta-feira (22).
O tribunal informou que o magistrado tem recebido “centenas de ameaças” por parte de “grupos de apoio” ao chefe do Executivo e ao ex-ministro, alvo de um operação da Polícia Federal que investiga um esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação, com lobby de pastores evangélicos.
“Os pedidos de investigação já foram encaminhados para a PF”, afirmou a assessoria da Corte.
Borelli já deu decisões contra o próprio presidente e outro de seus aliados evangélicos, o ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos).
Em junho de 2020, quando Bolsonaro espalhava seu negacionismo sobre a pandemia pelo Brasil, o magistrado obrigou o atual chefe do Executivo a usar máscaras em locais públicos de Brasília, sob pena de uma multa diária de R$ 2 mil.
Antes disso, em julho de 2018, Borelli determinou o bloqueio de bens de Crivella, em uma ação de improbidade administrativa.
As duas decisões de Borelli, tanto a contra Bolsonaro quanto a contra Crivella, foram derrubadas por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), sediado em Brasília.