Bolsonaristas têm culpado o Supremo Tribunal Federal (STF) por massacre policial no Rio de Janeiro. Nesta terça, uma ação deixou ao menos 22 mortos na Vila Cruzeiro, favela do Complexo da Penha, na zona norte do estado. A operação conjunta foi realizada pelo Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Alexandre Ramagem, diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), afirmou que “narcoterroristas confortáveis aproveitam decisão do STF que proíbe operações policiais nos morros do Rio”.
“Política semelhante de proteção de traficantes foi feita por Leonel Brizola. Seu nome virou alcunha para cocaína. Toda desordem social do Rio nasceu deste período de proibição de diligências da polícia. STF adentra ação política de governo, com os mesmos inevitáveis resultados”, prosseguiu.
O secretário da Polícia Militar do estado também usou a mesma narrativa. “A gente começou a reparar essa movimentação, essa tendência deles de migração para o RJ, a partir da decisão do STF”, afirmou o coronel Luiz Henrique Marinho Pires.
Ele diz que “esse esconderijo deles nas nossas comunidades é fruto basicamente dessa decisão do STF. É o que a gente entende, a gente está estudando isso, mas provavelmente deve ser fruto dessa decisão do STF”.
Em junho de 2020, o ministro Edson Fachin proibiu operações policiais nas comunidades do estado durante a pandemia de Covid-19. Na ocasião, ele considerou que as ações da PM poderiam causar ainda mais prejuízo a uma população já fragilizada pelo contágio do coronavírus.
A decisão foi tomada poucas semanas depois da morte do adolescente João Pedro, que foi alvejado pelas costas dentro de casa durante operação policial em São Gonçalo.
Segundo estudo feito pelo Geni-UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense), as mortes causadas por policiais no Rio diminuíram 34% após liminar do STF. A pesquisa foi publicada em 2021, e, segundo a projeção do grupo, o número de mortes era para ter ficado em 1.375 em 2020. Com a liminar, entretanto, ficou em 1.087.
“O número de feridos em operações diminuiu 60% e o de mortos, 61%. Nesse mesmo ano, houve uma queda de 39% dos crimes contra o patrimônio e 24% dos crimes contra a vida”, prossegue o estudo.
Mesmo assim, bolsonaristas insistem na narrativa contra o Supremo. Veja publicações:
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