
O voto do ministro Alexandre de Moraes, que defendeu nesta terça-feira (9) a condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus no julgamento da trama golpista, provocou reação imediata no Congresso. A oposição anunciou que pretende intensificar a mobilização por uma anistia ampla e irrestrita para os condenados pelos atos de 8 de janeiro, além de acelerar propostas que buscam restringir os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF).
O líder da oposição na Câmara, deputado Vitor Hugo (PL), afirmou que vai pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta, a pautar a proposta de anistia já na próxima semana. A declaração foi feita no mesmo dia em que Moraes reforçou a gravidade da participação de Bolsonaro e de seus aliados na tentativa de golpe.
No Senado, o senador Flávio Bolsonaro (PL) classificou o julgamento como “o primeiro ato de uma farsa” e acusou Moraes de agir “com raiva, ódio e sem base jurídica”. As falas ampliaram a ofensiva da oposição contra o Supremo em meio ao julgamento.
Enquanto isso, o líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes, avaliou que as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante ato no domingo (7), acabaram enfraquecendo a narrativa da oposição. No discurso, Tarcísio defendeu anistia para Bolsonaro e chamou Moraes de “tirano”.
🚫 Tarcísio de Freitas nunca foi “moderado”.
Ao se alinhar ao radicalismo bolsonarista e atacar a Suprema Corte, deixou claro que não governa para o povo, mas para proteger os interesses da família Bolsonaro.
O Brasil precisa de líderes que fortaleçam a democracia, não de quem… pic.twitter.com/WjN0OWH6GR
— Reginaldo Lopes (@ReginaldoLopes) September 8, 2025
Nos bastidores, parlamentares governistas avaliam que a pressão da oposição sobre Hugo Motta deve ter pouca adesão junto ao Centrão. Eles acreditam que o tom adotado por Tarcísio repercutiu de forma negativa e pode isolar as articulações em torno da anistia.
A votação segue em andamento no STF. Até o momento, Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de Bolsonaro e dos demais réus, enquanto as discussões no Congresso refletem o impacto direto da decisão do Supremo no cenário político.