
O senador Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, rebateu neste domingo (27) os ataques de parlamentares e influenciadores bolsonaristas após seu discurso ao lado do presidente Lula, em Minas Novas (MG). Em nota enviada ao ‘Estado de Minas’, ela afirmou que a postura hostil da extrema direita não é novidade em sua trajetória política e garantiu que não vai ceder a intimidações.
“Convivo com este tom agressivo da extrema direita desde antes de ser presidente do Senado. Nunca abaixei a cabeça para esse grupo, que só faz gritar e agredir. Não propõe nada de relevante e útil”, disse o senador mineiro, ao comentar a repercussão negativa gerada por sua fala durante evento do governo federal em Minas Gerais.
Na ocasião, Pacheco elogiou o presidente Lula e afirmou que o petista “será ainda mais importante no seu próximo mandato”, além de agradecer pelos investimentos no estado e criticar as tentativas recentes de desestabilização democrática. A declaração foi suficiente para acender críticas de nomes ligados ao bolsonarismo, que acusaram o senador de aderir ao “projeto de esquerda”.

Entre os críticos mais vocalizados, estão os influenciadores Rodrigo Constantino e Leandro Ruschel, que acusaram Pacheco de “mostrar sua carranca petista” e agir como “extremista alinhado ao PT”. A ofensiva nas redes sociais também veio acompanhada de comentários de parlamentares da oposição, que veem a mudança de tom do senador como um sinal de reposicionamento político.
Pacheco, que até então mantinha uma postura de maior equilíbrio entre os polos ideológicos, adotou nos últimos dias uma linha mais dura contra o bolsonarismo. Ele também tem reforçado sua defesa do Estado democrático de direito e rechaçado qualquer tipo de flerte com soluções autoritárias, tema que voltou à tona com a proximidade do julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
“Fazer a defesa da democracia e externar repúdio à tentativa de golpe deveria ser obrigação de todos: esquerda, centro e direita”, declarou Pacheco, reforçando que seu posicionamento não é partidário, mas institucional. O senador presidiu o Congresso Nacional durante os momentos mais tensos da pandemia e das crises institucionais do governo Bolsonaro.
Nos bastidores, o novo posicionamento tem alimentado especulações sobre uma possível candidatura de Pacheco ao governo de Minas Gerais em 2026. Ele é visto como um nome viável para enfrentar a base bolsonarista no estado e poderá contar com apoio de setores moderados do PSD e de partidos da base governista.