Bolsonaristas nos EUA atacam Barroso e insinuam mais punições de Trump ao STF

Atualizado em 21 de julho de 2025 às 18:09
O neto do ex-ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo, e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em frente à sede do Departamento de Estado do governo norte-americano. Foto: Reprodução

Bolsonaristas intensificaram os ataques ao Supremo Tribunal Federal a partir dos Estados Unidos, com foco no presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e no ministro Alexandre de Moraes. A nova ofensiva, liderada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e por Paulo Figueiredo, insinua que novas sanções do governo de Donald Trump contra autoridades brasileiras podem ser anunciadas em breve.

Desde a revogação dos vistos de ministros do STF e seus familiares, anunciada na última sexta-feira (18), Eduardo vem publicando mensagens de comemoração nas redes sociais, atribuindo a si a articulação das punições.

“Glória a Deus pela arrogância de meus adversários, ela liberou o caminho para que nós pudéssemos trabalhar sem obstáculos”, escreveu. “Este é só o começo!”

Em entrevista à CNN Brasil, o “bananinha” declarou que os EUA poderão adotar medidas ainda mais duras: “Não falo em nome de ninguém, mas posso garantir: não haverá recuo. Se tudo der errado, pelo menos, nós estaremos vingados.”

Em outra postagem, ele questionou se “sem sinal de GPS funcionariam as tornozeleiras eletrônicas?”, alimentando teorias sobre sanções a satélites que afetariam o sistema brasileiro.

Paulo Figueiredo

Paulo Figueiredo, que apareceu em foto ao lado de Eduardo em frente à sede do Departamento de Estado do governo norte-americano, também sugeriu novas punições: “É bastante seguro afirmar que esse é só o começo. Talvez, Magnitsky seja algo que vá deixar saudade. Então, se preparem porque vocês terão semanas eletrizantes pela frente.”

A referência é à Lei Magnitsky, usada pelos EUA para sancionar estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos — e que passou a ser citada por críticos de Moraes.

Além de ataques diretos ao STF, bolsonaristas nas redes espalharam a falsa alegação de que Luna van Brussel Barroso, filha de Barroso, estuda e advoga nos EUA e poderia ser deportada.

O STF desmentiu: “É falsa a informação publicada em blogs e redes sociais sobre a filha do ministro presidente do STF, Luís Roberto Barroso, estudar e advogar nos Estados Unidos. Também é mentira que ela será deportada. A única filha de Barroso mora no Brasil.”

O neto do último presidente da ditadura militar, João Figueiredo (1979-1985), declarou publicamente ser contra ataques a familiares, mas afirmou que “infelizmente, eles terão sim seus vistos cassados”. Ambos também têm pressionado figuras da direita por não aderirem à campanha.

Eduardo criticou Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS), enquanto Figueiredo atacou Nikolas Ferreira (PL-MG), governadores e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

“Pelo que sei, foram preservados por enquanto, inclusive a pedido do Eduardo Bolsonaro. Todos terão a oportunidade de fazer a coisa certa e uma última chance de escolher o lado do Brasil ou o lado do Alexandre. Com a escolha, virão as consequências”, escreveu Figueiredo.

Embora o Departamento de Estado dos EUA não tenha confirmado os alvos nem o alcance da medida, bolsonaristas dizem que três ministros estariam fora das sanções: Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux. Até o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi citado em relatórios bolsonaristas enviados a autoridades americanas como possível alvo de sanção por apoiar Alexandre de Moraes.