Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro têm perseguido o fotógrafo Adriano Machado, da agência de notícias Reuters, por registrar imagens de terroristas durante a invasão de 8 de janeiro ao Palácio do Planalto. Segundo os bolsonaristas, Machado teria sido parte de uma “encenação” do PT durante o ato dos vândalos.
Um dos “indícios” da armação seria o fato de o profissional ter fotografado a posse presidencial de Lula e ter sido creditado pelo petista nas redes sociais. Os bolsonaristas têm usado imagens feitas pela Reuters para provar a “armação”.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é um dos responsáveis por coordenar a nova narrativa. Segundo o filho do ex-presidente, o fotógrafo registrou a invasão como se fosse “uma gravação de cinema” com “atores”.
Ao contrário do que sugere a narrativa bolsonarista, os invasores não são atores. Um dos terroristas fotografados pela Reuters foi identificado. Vitório, que foi flagrado durante o ataque, é um militar da reserva que participa de atos golpistas desde 2020.
O bolsonarista foi filmado em março daquele ano durante uma manifestação que pedia “álcool e fogo” contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Veja:
Com a divulgação de novas imagens do dia das invasões, parlamentares bolsonaristas no Congresso Nacional começaram recuar na luta pela abertura de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar os ataques terroristas de 8 de janeiro.
Apesar de terem investido na mobilização para instalar o colegiado nas últimas semanas, os aliados de Bolsonaro iniciaram um movimento de desmobilização nos bastidores.
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