Bolsonaristas se revoltam com O Agente Secreto: “Mais um filme sobre a ditadura”

Atualizado em 16 de outubro de 2025 às 14:38
Wagner Moura em cena de “O Agente Secreto”, de Kléber Mendonça Filho. Foto: Divulgação

O filme “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, escolhido para representar o Brasil no Oscar, tem gerado revolta em bolsonaristas nas redes. produção se passa no final dos anos 1970, durante a ditadura militar, e acompanha Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um professor universitário que retorna ao Recife tentando escapar de um passado marcado por segredos e perseguições políticas.

A obra conquistou prêmios de melhor direção e melhor ator no Festival de Cannes, reforçando o prestígio internacional do cineasta pernambucano. Críticos estrangeiros têm elogiado o filme, e a revista The Hollywood Reporter o citou como um dos fortes candidatos ao Oscar, não só na categoria de Filme Internacional, mas também em Melhor Direção, Roteiro Original e Atuação.

Apesar do reconhecimento, a repercussão nas redes foi marcada por ataques de bolsonaristas, que acusam a produção de “reviver a narrativa da esquerda sobre a ditadura”. “Deixa eu ver se adivinho, mais um filme sobre ditadura”, ironizou um usuário.

Outros chamaram o longa de “paradigma progressista mofado” e acusaram o cinema nacional de “mamar nas tetas da Lei Rouanet” — ainda que o projeto não tenha sido financiado pelo mecanismo.

De acordo com informações oficiais divulgadas pela produção, “O Agente Secreto” teve orçamento de cerca de R$ 27 milhões, com investimento privado, apoio da Petrobras e parcerias internacionais. O filme não recebeu recursos da Lei Rouanet, ao contrário do que afirmam fake news que circulam nas redes.

A trama estreia nos cinemas brasileiros em 6 de novembro, após exibições em festivais como o do Rio, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e o Frapa, em Porto Alegre. Sessões especiais e pré-estreias já estão previstas em cidades como Natal, Fortaleza, Belo Horizonte, Belém e Salvador, com a presença de parte do elenco e da equipe.

O diretor Kleber Mendonça Filho, conhecido por filmes como “Aquarius” e “Bacurau”, ambos de forte cunho político, tem defendido o direito do cinema nacional de revisitar períodos históricos como a ditadura. Para ele, essas produções ajudam a entender o Brasil contemporâneo e as disputas de memória que ainda dividem o país.

Veja a revolta de bolsonaristas no X:

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.