Bolsonaristas Sóstenes e Carlos Jordy são alvo da PF por desvios de cotas parlamentares

Atualizado em 19 de dezembro de 2025 às 8:29
Os bolsonaristas Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy. Foto: reprodução

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (19), a operação Galho Fraco para aprofundar as investigações sobre um esquema de desvio de recursos públicos provenientes de cotas parlamentares. De acordo com a TV Globo, os deputados bolsonaristas Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, e Carlos Jordy (PL-RJ) são alvos de mandados de busca e apreensão.

Os policiais federais cumprem sete mandados, expedidos pelo ministro do STF Flávio Dino, no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. A operação é um desdobramento da “Rent a Car”, deflagrada em dezembro do ano passado, e apura crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, investigadores da Polícia Federal apreenderam mais de R$ 400 mil em dinheiro vivo em um endereço ligado a Sóstenes Cavalcante. Os mandados ainda estão em andamento na manhã desta sexta, tanto em Brasília quanto no Rio de Janeiro.

Segundo as investigações, agentes políticos, servidores comissionados e particulares atuaram de forma coordenada para desviar valores do orçamento público e ocultar a verba. A cota parlamentar é um recurso extra, além do salário, destinado a cobrir despesas como passagens, hospedagem e manutenção de escritório.

Sóstenes Cavalcante e Silas Malafaia em ato bolsonarista. Foto: reprodução

As suspeitas levantadas pela Polícia Federal indicam que o esquema envolvia a simulação de contratos de prestação de serviços por meio de uma empresa de locação de veículos. Essa empresa teria sido utilizada para justificar pagamentos feitos com recursos das cotas parlamentares, mascarando despesas irregulares e possibilitando o desvio de dinheiro público.

A operação Galho Fraco retoma elementos já identificados na Rent a Car, realizada em dezembro de 2024, quando assessores ligados aos deputados Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante também foram alvo de medidas judiciais. Na ocasião, a Polícia Federal apurava o uso indevido das cotas parlamentares para pagamentos considerados incompatíveis com a finalidade legal do benefício.

A Polícia Federal informou que “agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública”. O Radar, da Veja, aguarda manifestação de Sóstenes Cavalcante. Carlos Jordy se pronunciou nas redes sociais e afirmou: “Busca e apreensão covarde. Não vou me deixar abalar”.

A cota parlamentar varia entre R$ 30 mil e R$ 45 mil para cada um dos 513 deputados federais. A diferença é definida pela representação de cada estado na Câmara e, no caso do Rio de Janeiro, base eleitoral dos investigados, o teto é de R$ 41.553.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.