Bolsonaro adota comportamento similar ao de Trump no pós-derrota

Atualizado em 2 de novembro de 2022 às 7:30
Jair Bolsonaro e Donald Trump. Reprodução

A demora de Jair Bolsonaro (PL) para reconhecer sua derrota tem muitas semelhanças com o comportamento de Donald Trump nos EUA quando perdeu a eleição de 2020 para Joe Biden.

O republicano levou 8 dias para manifestar-se sobre o assunto e, quando o fez, foi para levantar a suspeita de que o pleito teve alguma irregularidade: “Ele ganhou porque a eleição foi fraudada”. Tal qual Bolsonaro em seu pronunciamento ocorrido na tarde de terça-feira (1), o nome do adversário não foi citado.

Trump ainda viria a recuar dessa posição, dizendo que não reconhecia o sucesso eleitoral de Biden e atribuindo o êxito à “imprensa de fake news”, o que ocasionou um atraso de oito dias para o início da transição de governo.

O mandatário brasileiro levou 45 horas para reconhecer a derrota, mas pelo menos autorizou seu aliado Ciro Nogueira a falar sobre a passagem de bastão, que, aliás, é prevista em lei no país.

Jair Bolsonaro nunca havia perdido uma eleição em sua carreira política: Foi eleito vereador no Rio de Janeiro em 1988 e desde então conquistou sete mandatos para a Câmara dos Deputados, de onde saiu para assumir a Presidência da República após a eleição de 2018.

Outro paralelo possível com o ex-presidente americano reside no fato de ambos terem atacado os sistemas eleitorais de seus países. O republicano afirmou que o pleito havia sido roubado e seus seguidores mais fanatizados mostraram-se dispostos a promover a invasão no Capitólio em 6 de janeiro de 2021, data da ratificação da vitória do adversário democrata.

No Brasil, os seguidores do derrotado promoveram, com a anuência ou omissão da Polícia Rodoviária Federal, a obstrução de rodovias.

Vale lembrar que ambos têm em comum o mesmo guru, Steve Bannon, um dos pais da estratégia de disseminar-se mentiras em massa para desinformar os eleitores. Não por acaso, comunicadores americanos de extrema-direita já iniciaram a espalhar inverdades nos EUA sobre a eleição brasileira.

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