Bolsonaro “agiu com consciência” em esquema de fraude da vacina, diz PF

Atualizado em 19 de março de 2024 às 14:27
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP

O relatório da Polícia Federal sobre o esquema de fraude nos cartões de vacinação de Jair Bolsonaro e sua filha, Laura Bolsonaro, aponta que ele “agiu com consciência”. A corporação teve auxílio do tenente-coronel Mauro Cid no inquérito e diz que “os elementos de prova colhidos corroboram as afirmações prestadas” por ele.

Em seu depoimento à PF, Cid afirmou que Bolsonaro sabia que existiam documentos falsos com dados sobre a imunização contra Covid-19 e pediu a inserção de dados fraudulentos para ele e sua filha. O relatório da corporação aponta que o secretário municipal de Duque de Caixas (RJ), Carlos de Sousa Brecha, e Ailton Barros, capitão reformado do Exército, intermediaram o esquema.

“Os elementos de prova coletados ao longo da presente investigação são convergentes em demonstrar que Jair Messias Bolsonaro agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha, Laura Bolsonaro”, diz a PF.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante evento sobre vacinação contra Covid-19. Foto: Isac Nóbrega/PR

O relatório ainda aponta que “não há nos autos elementos que indiquem que Mauro Cesar Cid, Ailton Barros e João Carlos Brecha se uniram em unidade de desígnios para inserir os dados falsos à revelia do então Presidente da República Jair Bolsonaro”.

Investigadores dizem que todas as pessoas beneficiadas no esquema “agiram dolosamente”, tinham “plena ciência” e “solicitaram” ou “determinaram” a inserção de dados falsos no sistema. A apuração aponta que Cid pediu para Ailton Barros intermediar o esquema e fraudar documentos de sua mulher, Gabriela Santiago Cid, e de suas três filhas.

“O mesmo modus operandi se repetiu com o então presidente da República Jair Bolsonaro. Conforme exposto, vários atos de acesso ao sistema ConecteSUS, inclusive a impressão de certificado de vacinação ideologicamente falso, foram praticados na residência oficial da Presidência da República, Palácio do Alvorada”, diz o relatório.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link