Bolsonaro assume que se escondeu na embaixada da Hungria: “Não vou negar”

Atualizado em 25 de março de 2024 às 15:20
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que permaneceu por dois dias na embaixada da Hungria em Brasília, de 12 a 14 de fevereiro, logo após a Polícia Federal apreender seu passaporte. A revelação foi feita pelo jornal americano The New York Times, que teve acesso a vídeos do sistema de segurança do local.

“Não vou negar que estive na embaixada sim. Não vou falar onde mais estive. Mantenho um círculo de amizade com alguns chefes de estado pelo mundo. Estão preocupados. Eu converso com eles assuntos do interesse do nosso país. E ponto final. O resto é especulação”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao jornal Metrópoles.

As câmeras da embaixada registraram o ex-mandatário chegando ao local no dia 12 de fevereiro, acompanhado por dois seguranças, conforme reportado pelo The New York Times. Ele teria permanecido na representação até o dia 14 de fevereiro.

A estadia de Bolsonaro aconteceu quatro dias após a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal, como parte da Operação Tempus Veritates, uma investigação sobre a trama golpista planejada pela extrema-direita para manter os bolsonaristas no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Lula.

As embaixadas internacionais são, no rigor da lei, consideradas território do país ao qual representa. Portanto, caso o Supremo Tribunal Federal emitisse um mandado de prisão contra o ex-presidente na data, a PF não poderia capturá-lo sob o risco de quebrar um acordo diplomático internacional.

O ex-presidente do Brasil tem uma relação próxima com o atual primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, ambos reconhecidos como líderes de extrema-direita em nações democráticas. O último encontro entre Bolsonaro e Orbán ocorreu em dezembro, durante uma viagem à Argentina para a posse do novo presidente de direita, Javier Milei, outro líder extremista.

Nos últimos anos, não foram raros os momentos de elogios trocados publicamente entre o brasileiro e o húngaro. Orbán já chamou Bolsonaro de “herói”, enquanto Jair se referiu a Viktor como “irmão” durante uma visita à Hungria em 2022.

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