Nesta segunda-feira (11), a jornalista Míriam Leitão publicou uma matéria que falava sobre como os atos e palavras do presidente Jair Bolsonaro (PL) fazem uma autorização presidencial velada à violência, relacionando ao caso do líder petista que foi assassinado a tiros por um policia bolsonarista, no último sábado (9). Ao longo do texto, ela chega a falar que ambos indivíduos estavam armados por terem cargos que possibilitavam isso, mas que o chefe do Executivo constantemente estimula a população a se armar.
Ao publicar o conteúdo em seu Twitter, a jornalista foi respondida pelo próprio presidente, que questionava no post se, para ganhar a simpatia de Míriam, era necessário ”aplaudir ataques violentos a opositores”, e deu a entender que a questão da profissional era pessoal com ele, colocando em pauta uma situação da oposição que ela não teria ”falado nada”.
”- Será que o segredo para ganhar sua simpatia é aplaudir ataques violentos a opositores ao invés de rejeitar esse tipo de apoio como fiz? Há 2 dias seu candidato literalmente agradeceu e elogiou um vereador do PT pela tentativa de homicídio de um opositor e você não falou nada…”, publicou Bolsonaro.
Entretanto, essa não é a primeira vez que a família Bolsonaro entra em conflito e ataca a Míriam. Em maio deste ano, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu um processo para investigar a conduta do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) em uma situação em que ele debochou da tortura sofrida pela jornalista durante a ditadura militar.
O deboche veio após uma publicação feita por Míriam, em abril, que compartilhava um artigo no qual classificou o atual presidente como um inimigo confesso da democracia, e comentava declarações recentes de ataque de Bolsonaro às instituições democráticas. Em resposta, Eduardo disse: “Ainda com pena da [e acrescentou um emoji de cobra]”.
Durante a ditadura, ela foi presa e torturada pelo governo militar. A jornalista estava grávida. Em uma das torturas, foi deixada nua em uma sala escura com uma cobra. Segundo a defesa do filho do presidente, o seu comentário foi uma ”mera piada”.
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