
Bolsonaro atacou a imprensa pelo menos 68 vezes entre janeiro e e a primeira quinzena de dezembro de 2021. De acordo com o levantamento preliminar da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) em parceria com a rede Voces Del Sur, as ofensivas envolvem discursos estigmatizantes, agressões e ataques e restrições de acesso à informação.
Segundo o monitoramento, que será revisado após o fim do ano e pode ou não sofrer alterações, as mulheres foram vítimas em mais que o dobro dos casos comparado em relação aos homens nos ataques diretos aos profissionais de imprensa. No total, foram sete episódios contra mulheres e três envolvendo homens.
As ofensivas à imprensa como um todo ou a algum meio de comunicação representaram 61 casos. Em 33 dos alertas, o ataque teve origem ou repercussão nas redes sociais. O levantamento monitora as plataformas digitais, alertas de notícias com palavra-chave e denúncias de jornalistas.
Se forem contados os ataques realizados por outros integrantes da família Bolsonaro com cargos eletivos e por assessores especiais do presidente, o número sobe para 173 agressões contabilizadas até o dia 15 deste mês. O valor representa 48% dos ataques gerais registrados no mesmo período.
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Bolsonaro ataca repórter em São Paulo
Um episódio marcante aconteceu em junho, em Guaratnguetá, no interior de São Paulo. Bolsonaro mandou uma repórter da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, calar a boca após ser indagado sobre o fato de ter chegado ao local sem máscara. Na ocasião, o Brasil atingia o patamar das 500 mill mortes por Covid-19.
“Parem de tocar no assunto. Você quer botar… Me bota agora… Vai botar agora… Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa.”, disse o presidente.