Bolsonaro avalia substituir Tarcísio por Michelle em chapa presidencial

Atualizado em 6 de outubro de 2025 às 5:51
Michelle Bolsonaro: a ex-primeira-dama pode ser a escolhida do clã para a sucessão presidencial em 2026. Reprodução


Aliados de Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente considera lançar Michelle Bolsonaro (PL) à Presidência em 2026, caso Tarcísio de Freitas decida disputar a reeleição em São Paulo. A ideia, segundo interlocutores, é colocar a ex-primeira-dama como cabeça de chapa, e não apenas como vice, em uma tentativa de manter o protagonismo do bolsonarismo na corrida presidencial. Com informações de Paulo Cappelli, do Metrópoles.

De acordo com pessoas próximas, Michelle é vista por Bolsonaro como a principal alternativa diante da indecisão de Tarcísio. O governador paulista tem se mostrado mais inclinado a buscar um segundo mandato, posição reforçada por pesquisas internas que o apontam como favorito na disputa estadual.

Bolsonaro avalia que conseguiria transferir a maior parte de seu eleitorado para Michelle. Ele também acredita que a ex-primeira-dama teria bom desempenho em debates contra Lula, já que o presidente poderia ser cobrado a adotar um tom mais contido para não parecer agressivo com uma mulher. O potencial de atrair o eleitorado feminino é um dos fatores que motivam a análise.

Apesar disso, a possibilidade de Michelle disputar o Planalto não é consenso entre aliados do ex-presidente. Alguns apontam que o temperamento da ex-primeira-dama dificultaria o diálogo com lideranças políticas, o que poderia comprometer alianças necessárias em um eventual segundo turno.

Michelle, Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em evento de campanha em 2022. Foto: André Ribeiro

Fontes próximas a Michelle afirmam que ela não tem intenção de concorrer à Presidência. Outras alternativas consideradas por Bolsonaro seriam candidaturas “caseiras”, como a do deputado Eduardo Bolsonaro ou a do senador Flávio Bolsonaro, ambos filhos do ex-presidente.

Enquanto isso, Tarcísio de Freitas mantém distância das articulações partidárias sobre a sucessão nacional, mas vem estudando o cenário político com atenção. O governador tem avaliado as alianças que a direita precisará firmar para competir com Lula, com foco especial no eleitorado do Nordeste.

Segundo interlocutores, Tarcísio acredita que a Bahia será decisiva na disputa presidencial. Ele também tem discutido possíveis aproximações com o ex-governador Ciro Gomes (PDT), nome que já concorreu quatro vezes ao Planalto e ainda mantém influência no Ceará e em parte do eleitorado nordestino.

O cenário dentro do PL segue em aberto, com Bolsonaro atuando para manter o controle do campo conservador. A decisão final sobre a candidatura deve ser tomada após Tarcísio definir se permanecerá em São Paulo ou se entrará na disputa nacional.