Bolsonaro descarta o PSL para se afastar do escândalo do caixa 2. Por Kennedy Alencar

Atualizado em 9 de outubro de 2019 às 18:11

Publicado no Blog do Kennedy

O presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar. Foto: Divulgação

POR KENNEDY ALENCAR

Além de cena surrealista até para os padrões de hoje da política brasileira, o presidente da República jogar ao mar o próprio partido. Essa atitude que parece espantosa sugere que ele quer se livrar do esquema ilegal de candidaturas laranjas do PSL em 2018.

Ou seja, é mais do que briga por controle da legenda. É se desligar de evidências cada vez mais concretas de que o caixa 2 frequentou a campanha de Jair Bolsonaro no ano passado. O caso do ministro do Turismo, Marco Álvaro Antônio (PSL-MG), parece ser um aperitivo.

Na sexta-feira passada, Bolsonaro se reuniu fora da agenda com o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Depois do encontro, vieram os ataques ao PSL. O presidente disse ontem a um apoiador para esquecer o partido porque o presidente da legenda, o deputado federal Luciano Bívar (PE), estava “queimado para caramba”.

Hoje, Bolsonaro colocou na sua agenda oficial novo encontro com Valeixo, que será acompanhado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. Contradizendo o próprio discurso ao assumir o cargo, Moro tem atuado como advogado de defesa de Bolsonaro. No domingo, o ministro da Justiça sugeriu em manifestação nas redes sociais que tem acesso a informações sigilosas, o que é ilegal.

Aliás, Bolsonaro deve explicações ao país sobre os motivos para pedir a um apoiador para esquecer o PSL e por que Bívar está queimado. Tem alguma informação privilegiada?