O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ignorar a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) e apoiar Ricardo Nunes (MDB) pela corrida eleitoral em São Paulo. Nesta sexta-feira (14), o ex-mandatário participou de um almoço com o prefeito da capital e com o coronel Mello Araújo, que deve ser indicado a vice de Nunes, para reafirmar o suporte ao emedebista.
A declaração ocorreu em resposta a uma pergunta sobre um encontro na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) entre deputados estaduais do PL e Marçal. “Mas quem?”, questionou o ex-presidente, minimizando a importância do coach. Bolsonaro ressaltou que, apesar de estar impedido pela Justiça de falar diretamente com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fará chegar a ele que o partido deve permanecer unido.
Quando perguntado se se incomoda com o uso de seu nome por Marçal para ganhar votos, Bolsonaro disse que espera que seu nome seja utilizado apenas por candidatos de seu partido ou apoiados por ele. No fim do encontro, ele ainda entregou uma medalha de “imorrível, incomível e imbrochável” ao prefeito, indicando que a aliança entre eles está em uma “fase de noivado”.
Ao lado de Bolsonaro, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do coronel Mello Araújo, Nunes afirmou que se reunirá com os partidos de sua coligação na próxima semana para definir o escolhido para o posto de vice. Segundo Nunes, há “argumentos fortes” a favor do coronel da reserva.
Depois do encontro, os quatro falaram juntos à imprensa, e Nunes afirmou que há uma posição “muito forte” em torno de Mello Araújo para integrar sua chapa. “Apoio do Bolsonaro, do Tarcísio, o maior partido. O Tarcísio possivelmente deve trazer o Republicanos nesse apoio. São argumentos fortes”, disse Nunes.
Havia expectativa no meio político de que o prefeito anunciasse a indicação após o almoço, mas ele afirmou que ainda é necessário conversar com os demais partidos da coligação. “Não teria sentido fazer uma imposição sem um diálogo, sem escutar deles e poder entender o porquê das indicações, quais são os argumentos”, explicou.
Marçal apareceu bem posicionado na última pesquisa Datafolha, com intenções de voto variando entre 7% e 9%, dependendo do cenário. O coach, que evita rótulos entre esquerda e direita, mas sempre aparece ao lado de políticos de extrema-direita, afirma ter crenças semelhantes às de Bolsonaro e se declara conservador.
O influenciador chegou a afirmar que não havia chance de Bolsonaro apoiar Nunes e que a pré-candidatura do prefeito estava desidratando. Posteriormente, voltou atrás e disse que não espera ajuda do ex-presidente e que se encontrou com ele apenas para buscar conselhos.