
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (26) que “não é justo falar em ataque à democracia” ao descrever a reunião que realizou com embaixadores estrangeiros no Palácio do Alvorada, no ano passado, e que fez apenas “sugestões” na ocasião.
O encontro é o ponto principal da ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que julga se Bolsonaro deve ficar inelegível por oito anos.
Durante a reunião, o então presidente atacou, sem provas, o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral.
“É justo cassar os direitos políticos de alguém que reuniu embaixadores? Não é justo falar em atacar a democracia. Aperfeiçoamento, buscar colocar camadas de proteção, é bom para a democracia”, disse Bolsonaro a jornalistas.
“Não podemos aceitar passivamente no Brasil que possíveis críticas ou sugestões de aperfeiçoamento do sistema eleitoral seja tido como ataque à democracia”, acrescentou.
As declarações ocorreram após uma reunião com deputados do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo. O TSE retoma o julgamento nesta terça (27), com o voto do relator, a partir das 19h. Segundo o ex-presidente, ele espera “um julgamento justo”.
Questionado sobre possíveis sucessores na direita caso fique inelegível, ele evitou responder e disse ter “conhecimento nacional” que outros não têm.
“Não existe ninguém insubstituível. […] Tem muita gente aqui muito mais competente do que eu, mas não tem o conhecimento nacional que eu tenho, porque obviamente, além de ter 28 anos de Parlamento, 2 de vereador, 15 de Exército brasileiro, eu tive 4 de presidente da República”, declarou.