
Foto: Alan Santos/Presidência da República
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, numa entreviste ao SBT, ter feito um acordão com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e acusou o magistrado de descumprir o suposto acordo sigiloso fechado entre os dois em uma conversa por telefone, durante a crise de 7 de setembro no ano passado.
Na ocasião, o responsável por articular o telefonema foi o ex-presidente Michel Temer, que como testemunha do fato narrado por Bolsonaro, nesta terça-feira (7), desmentiu o atual chefe do Executivo e a existência de um acordão com Moraes, segundo o Radar, da Veja.
Ao Radar, Temer disse que não ouviu a conversa toda entre Bolsonaro e Moraes, que durou cerca de cinco minutos, mas garantiu que a conversa foi republicana e sem acordão. “Não houve isso. Ficaria mal para o Alexandre, mas ficaria mal para Bolsonaro. O que houve foi uma conversa amigável entre eles por telefone. Eu me afastei um pouco até para deixá-los à vontade. Eu não ouvi isso em momento algum. Não estava perto, não ouvi isso, mas devo dizer que ficaria mal para o Alexandre e para ele (a existência de um acordão)”, afirmou Temer.
Em 7 de setembro do ano passado, o ex-presidente ajudou a costurar o fim dos ataques de Bolsonaro ao STF e ao sistema eleitoral. Numa conversa com Bolsonaro em Brasília, Temer costurou a divulgação de uma carta em que o presidente da República fazia sinais de trégua ao Judiciário. Foi nesse contexto que o telefonema entre Bolsonaro e o ministro aconteceu
“Eu telefonei ao Alexandre e disse que ele iria falar com Bolsonaro. O que escutei foi Bolsonaro dizer, ‘olha, não quero briga com você, não. Eu sou Palmeiras e você é Corinthians, essa é a única briga que eu quero ter com você’. Foram quatro ou cinco minutos de conversa, mas não ouvi nada não republicano”, disse Temer.