Nesta quinta-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em um comício em Caxias do Sul (RS). Durante o evento, ele mencionou o ataque contra Donald Trump e insinuou que o presidente Lula (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF) estariam facilitando um possível atentado contra ele ao retirar dois veículos blindados que estavam a sua disposição.
“No meu caso, quando voltei para o Brasil, pela presidência [da República], tinha direito a dois carros. Lula pessoalmente me tirou os dois carros blindados”, disse Bolsonaro. Vale lembrar que não há nenhuma lei que preveja tal benefício a ex-presidentes.
Bolsonaro comparou sua situação com o atentado contra Trump, nos Estados Unidos, alegando que há uma intenção de facilitar sua execução. “Eles não querem mais me prender, querem que eu seja executado. Não posso pensar outra coisa”, declarou Bolsonaro. Ele também expressou confiança na eleição de Trump em novembro.
O inelegível também mencionou a retirada de quatro assessores de sua segurança devido a medidas cautelares. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), Bolsonaro continua utilizando as nomeações de servidores a que tem direito e os dois carros, embora não sejam blindados. A Secom afirmou que as medidas cautelares são responsabilidade do Judiciário e que “Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles previstos na legislação”.
O ex-presidente mencionou que até seu filho Carlos teve o porte de arma negado pela PF. “Meu filho, o ’02’, ao tentar renovar seu porte de arma, foi negado pela PF”, disse ele. A fala de Bolsonaro foi publicada no Twitter por Fábio Wajngarten, ex-Secom do governo Bolsonaro.
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Presidente @jairbolsonaro
Bombando. pic.twitter.com/8m3Dwk5rs7— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) July 25, 2024
Os assessores mencionados por Bolsonaro – Sérgio Cordeiro, Max Guilherme, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti – foram alvos de medidas cautelares do STF em investigações sobre fraude em cartão de vacinação, tentativa de golpe e joias. Três deles foram soltos, mas os investigados não podem se comunicar entre si, incluindo Bolsonaro.
“As regras para ex-presidentes são as previstas na Legislação (Lei nº. 7.474/1986) e são as mesmas para todos os ex-presidentes: nenhum deles têm veículo blindado à disposição. Sobre as medidas cautelares, cabem resposta do Poder Judiciário. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem livre direito para apontar qualquer nome para sua segurança, conforme previsto na lei. O ex-presidente Jair Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles previstos na legislação”, esclareceu a Secom em nota.
Desde que as investigações avançaram, Bolsonaro tem acusado a PF de perseguição e relembrou a tentativa de assassinato por Adélio Bispo, cuja investigação concluiu que ele agiu sozinho. A queixa sobre os carros blindados não é nova, Bolsonaro já havia reclamado disso em entrevistas anteriores, alegando que foi alvo de ataque e que a regra deveria ser alterada.