Bolsonaro diz que manifesto pela democracia “vale menos que papel higiênico”

Atualizado em 12 de agosto de 2022 às 7:27
O Presidente Jair Bolsonaro
Foto por: Cleber Caetano/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes para chamar o ato desta quinta-feira (11/08) na Faculdade de Direito da USP em que foi lido um manifesto em defesa da democracia de “micareta do PT”. Para ele, a carta “vale menos que papel higiênico”.

A elaboração da carta pela democracia ganhou força após Bolsonaro fazer seu maior ataque ao sistema eletrônico de votação e à Justiça Eleitoral, ao ter convidado embaixadores do mundo todo para fazer uma apresentação com acusações infundadas de fraude nas urnas eletrônicas. Diversos artistas, intelectuais, atores do setor econômico e da sociedade em geral assinaram o manifesto, que ultrapassou 1 milhão de assinaturas. Nesta quinta, ele foi lido em um evento na Faculdade de Direito da USP, com discursos contra o autoritarismo e ameaças do mandatário às instituições.

Na publicação, o mandatário voltou a fazer relação entre o PT e países governados por ditaduras e disse que “assinar uma carta pela democracia enquanto apoia regimes que a desprezam e atacam os seus pilares tem a mesma relevância que uma carta contra as drogas assinada pelo Zé Pequeno, ou um manifesto em defesa das mulheres assinado pelo Maníaco do Parque”.

A referência de Bolsonaro diz respeito ao personagem que vive um traficante no filme Cidade de Deus e é estrelado pelo ator Leandro Firmino. Na mesma publicação, o chefe do Executivo disse que, “para efeitos legais”, o manifesto “vale menos que papel higiênico”.

“Das duas uma, ou a esquerda repentinamente se arrependeu de suas ameaças crônicas à nossa democracia, como os esquemas de corrupção, os ataques à propriedade privada e a promoção de atos violentos, ou trata-se de uma jogada eleitoral desesperada. O golpe tá aí, cai quem quer”, escreveu. “O Brasil já tem sua carta pela democracia: a Constituição. Essa é a única carta que importa na garantia do Estado democrático de Direito”. A publicação é acompanhada de uma foto do presidente com a Constituição de 1988 na mão.

Nesta quinta, na live que realiza semanalmente, Bolsonaro já havia ironizado o manifesto e afirmado que se trata de uma “cartinha”. Na mesma transmissão, atacou artistas e disse que parte da classe assinou o texto porque está interessada no retorno da Lei Rouanet como funcionava antes de seu governo.

Veja as publicações de Bolsonaro:

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