
Por muito menos, Braga Netto está preso preventivamente desde 14 de dezembro do ano passado. O que ele fez? Segundo a Polícia Federal, tentou atrapalhar as investigações e interferir na delação do coronel Mauro Cid.
Parece pouco, por tudo que Bolsonaro tem feito. O que apenas comprova, entre outras obviedades, que a degradação e a perda de ‘imunidades’ dos militares como golpistas fracassados foram maiores do que as do próprio chefe do golpe.
Bolsonaro continua com base política e com o apoio de mandatos, e os militares não têm nada. Não têm força e não têm voto, nem base política e social. E foram abandonados pelas elites.

Ao acolher o pedido de prisão de Braga Netto, Alexandre de Moraes escreveu que que, “nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal, é possível a restrição excepcional da liberdade de ir e vir, pois a Polícia Federal demonstrou a presença dos requisitos necessários e suficientes para a decretação da prisão preventiva do investigado como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal, comprovando a materialidade e fortes indícios de autoria dos tipos penais de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito (CP, art. 359-L), de tentativa de golpe de Estado (CP, art. 359-M) e de organização criminosa (Lei 12.850/13, art. 2º), em concurso material de delitos (CP, art. 69) e apontando o perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, em constante tentativa de embaraço às investigações (Lei 12.850, art. 2º, § 1º)”.
O despacho de Moraes determinando a prisão tem 33 páginas. Vale a pena ler ou reler, no momento em que Bolsonaro continua afrontando o Supremo.
O link está aqui.