Nos e-mails do financista e abusador sexual Jeffrey Epstein, tornados públicos na quarta-feira (12), o bilionário afirma: “Bolsonaro is the real deal”, traduzido como “Bolsonaro é o cara”, em meio a comentários sobre a eleição brasileira de 2018.
As mensagens fazem parte de um conjunto de arquivos do caso Epstein publicados após democratas revelarem outro lote de emails ligados ao financista. Nessa nova leva, além do elogio a Bolsonaro, há menções ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao escritor americano Noam Chomsky.
Segundo os documentos, Epstein relata ter recebido uma ligação de Chomsky com Lula na linha, direto da prisão em Curitiba. A mensagem é datada de setembro de 2018, período em que o linguista visitou o petista na sede da Polícia Federal. O fato foi negado pelo governo brasileiro.
Logo depois de Epstein mencionar a ligação, seu interlocutor — cuja identidade não aparece nos arquivos — responde: “Diga a ele que meu garoto vai vencer a eleição no primeiro turno”, se referindo a Bolsonaro. O interlocutor também se refere ao político como “amigo paraquedista brasileiro”, indicando familiaridade com o cenário eleitoral no Brasil. A menção ocorreu poucas semanas antes da votação presidencial.
Ainda na conversa, Epstein escreve sobre “uma mensagem de Lula ao Partido dos Trabalhadores (PT) sobre a militância da organização”, supostamente emitida naquele dia. Os documentos não detalham o conteúdo dessa comunicação.
A divulgação desses arquivos ocorre no contexto de disputa entre republicanos e democratas sobre o alcance do envolvimento de Epstein com figuras políticas. Horas antes, democratas haviam publicado emails que sugerem que o presidente Donald Trump sabia dos abusos atribuídos ao financista e passou horas com uma das vítimas.
Trump reagiu dizendo que os democratas tentam “ressuscitar a farsa de Jeffrey Epstein” com uma “armadilha” destinada a desviar a atenção da crise interna provocada pela paralisação do governo. Ele afirmou que os adversários buscam esconder “o quão desastrosos foram com a paralisação do governo”.