Bolsonaro é o Coringa que o terrorista do STF homenageou. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 14 de novembro de 2024 às 14:46
O que restou do terrorista bolsonarista, segundo a foto excepcional de Gabriela Biló: fantasia de Coringa

O terrorista bolsonarista autor do atentado desta quarta-feira (13/11), na praça dos Três Poderes, em Brasília, usava roupas com alusão à fantasia do Coringa, o arqui-inimigo de Batman.

Francisco Wanderley Luiz vestia uma calça e um terno de mesma estampa com os naipes de cartas de baralho, com o fundo de cor verde-escuro e, ao lado do corpo, foi encontrado um chapéu branco. As calças do palhaço foram registradas pela talentosa Gabriela Biló na excepcional foto do corpo estendido no chão.

Em candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina, ele usava o nome de urna Tiú França. Nas redes, fez ameaças como o personagem da DC Comics: “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, escreveu no Facebook.

O Coringa é Bolsonaro, um sádico que inspira milhares de otários e criminosos de extrema-direita. O personagem, conhecido por seu desejo de destruir o mundo para superar seu conflito interno, é inspirado em Gwinplayne, do livro “O Homem que Ri” de Victor Hugo, que foi desfigurado para sempre sorrir, um ato que reflete um sadismo profundo.

Rendeu um clássico do cinema mudo, dirigido pelo cineasta expressionista alemão Paul Leni com Conrad Veidt no papel principal.

Bolsonaro, o Coringa que o Brasil merece

Bolsonaro era o ídolo de Francisco. Em 1987, a Veja publicou a reportagem “Pôr bombas nos quartéis, um plano na Esao [Escola Superior de Aperfeiçoamento de Oficiais]”, mostrando que Bolsonaro e um colega militar tinham um plano de explodir bombas em unidades militares do Rio para pressionar o comando.

“Só a explosão de algumas espoletas”, confessou Jair Bolsonaro, instado a responder se planejava alguma operação para mostrar a insatisfação da categoria.

“Sem o menor constrangimento, Bolsonaro deu uma detalhada explicação sobre como construir uma bomba-relógio. O explosivo seria o trinitrotolueno, o TNT, a popular dinamite. O plano dos oficiais foi feito para que não houvesse vítimas. A intenção era demonstrar a insatisfação com os salários e criar problemas para o ministro (do Exército) Leônidas Pires Gonçalves”, dizia a revista.

O Coringa brasileiro precisa ir para a cadeia antes de destruir de vez Gotham City.   

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.