Bolsonaro e o mais duro golpe em Moro: disse que ele é ministro como outro qualquer. Por Fernando Brito

Atualizado em 25 de janeiro de 2020 às 7:57

PUBLICADO NO TIJOLAÇO

POR FERNANDO BRITO

Na reportagem da Folha, esta manhã, em que Jair Bolsonaro nega – negar é uma obrigação, no caso – estar fritando Sergio Moro há uma frase que, não por acaso, é para fritar Sergio Moro:

— (…) todos os ministros têm o mesmo valor para mim e eu interfiro em todos os ministérios.

De uma só tacada, vão-se formalmente a condição de “superministro” e a “carta branca” para gerir o aparato policial do Ministério da Justiça.

O que o repórter do jornal não sentiu, Sérgio Moro certamente terá sentido.

A mídia se apressa a vir em socorro do ex-juiz, repetindo monocordicamente que ele tem os mais elevados índices de popularidade, em considerar que, rompendo com Bolsonaro perde boa parte dele e terá de enfrentar o destino de quem dissente do führer, já amplamente demonstrado em diversos casos.

O Globo, em editorial, diz que a aliança Bolsonaro-Moro foi “uma aposta errada”.

E, sobretudo, um hiato naquilo que, desde os 24 anos, quando tornou-se juiz: ter poder.

Aroeira, que ilustra o post, mais uma vez acertou: o canibalismo é prática comum aos escorpiões. Humanos, inclusive.