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POR GILBERTO MARINGONI
O Brasil não tem Nobel, o Brasil não tem vulcões e, o Brasil não tem terremotos. Mas o Brasil tem, pela primeira vez na História, um vilão global.
A Alemanha produziu um vilão global, o Führer do Reich de mil anos, a Itália produziu um vilão global, o Duce e até o Chile cravou seu tento nesse quesito, com o general Pinochet.
Quer ver o simbolo da perversão? Pinte o bigodinho curto sob o nariz de alguém. Quer ofender outro? Chame-o de Mussolini de fanfarra. Deseja expressar todo o mal que se esconde nos corações humanos? Chame-o de Pinochet de várzea.
Bolsonaro nos coloca em outro patamar. Há o conjunto da obra – defesa da ditadura, da tortura, do genocídio, da homofobia, do machismo etc. – e agora entra em cena um plus a mais definitivo. Ele queima a Amazônia. Ele ataca indígenas. Ele agride sem terras. Ele mata os animaizinhos da floresta. Como resultado, merece a repulsa generalizada de gentes de variados tipos em toda parte.
Bolsonaro é o execrável mundializado, o troglodita 4.0, o ignorante internacional metido a valente com os fracos e sabujo dos fortes.
Está prestes a virar marca, logotipo, símbolo de nossas misérias. O modelo acabado do rebotalho humano. O lúmpen número 1 da espécie.
O lamentável é que Bolsonaro não é apenas Bolsonaro pessoa física. Ele é a síntese de séculos de patriarcalismo, desprezo pelo outro e sadismo social acumulado pelo país mais desigual do mundo. Bolsonaro é um amálgama social.
Mas Bolsonaro segue sendo mito e objeto de adoração por quem aplaude chacinas nas periferias e nos ermos brasileiros. Por quem bate panelas pelo golpe. Bolsonaro é ídolo de uma malta sedenta de sangue.
Tirar o mito global de cena é importante. Mas pouco muda sem uma ferrenha disputa política, social e cultural na sociedade.
Há mais de 70 anos ficou claro que não bastava arrancar Adolf Hitler de seu bunker. Era preciso esmagar o nazi-fascismo.
Isso deu à Humanidade algum tempo de respiro. É preciso voltar à carga.