Bolsonaro está triste, abatido e perdeu 3kg, diz aliado após visita

Atualizado em 27 de agosto de 2025 às 12:35
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o coronel Ricardo Mello Araújo, vice-prefeito de São Paulo. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu na última terça-feira (26) a visita do vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Augusto de Mello Araújo (PL). Amigos de longa data, eles passaram quatro horas juntos, entre 14h e 18h, em um encontro reservado.

O coronel afirmou que Bolsonaro está triste, abatido, perdeu 3 kg desde que foi colocado em prisão domiciliar e está “indignado”. “Forcei a barra para ele fazer exercícios físicos, mas ontem não deu”, contou à coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Mello Araújo relatou que o ex-presidente alterna momentos de gargalhadas ao lembrar do passado com lágrimas por causa das “muitas injustiças” que diz estar sofrendo. Ele tem sido informado sobre as movimentações políticas de aliados por meio da família.

“Os filhos estão indo lá e informando ele, a Michelle também, a família toda”, prosseguiu. O vice-prefeito reclama das articulações em busca de um sucessor do ex-presidente para 2026 e diz que seus aliados “estão enterrando Bolsonaro vivo”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro usando tornozeleira eletrônica em casa. Foto: Reprodução

“É como se um pai estivesse a UTI e os filhos estivessem disputando o espólio antes de ele morrer. E aqui eu não estou falando dos filhos do ex-presidente, não. Estou falando dos filhos políticos dele, dos herdeiros políticos do Bolsonaro”, acrescentou.

Questionado se estaria se referindo aos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), ele afirmou: “É isso”. “Só querem o espólio dele, só querem os 30% dos votos dele. Povo sem-vergonha!”, disse.

Ele diz que Bolsonaro não sinalizou apoio a nenhum candidato e que só deve tomar uma posição após o julgamento sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), que começa no próximo dia 2.

Mello Araújo afirmou que, em vez de discutir sucessão, a prioridade deveria ser a defesa do ex-presidente. “Qual é o tema principal nesse momento? É a eleição, que vai ser só em 2026, ou é o julgamento do Bolsonaro, que começa na semana que vem? É óbvio que é o julgamento. Amizade, lealdade, não existe nada disso. Só existe uma disputa pelo poder”, avaliou.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.