Bolsonaro estava estranho. Por Moisés Mendes

Atualizado em 16 de abril de 2020 às 21:24
Jair Bolsonaro em pronunciamento ao vivo – Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Publicado originalmente no blog de Moisés Mendes

Por Moisés Mendes

Bolsonaro apareceu com uma franja fashion para anunciar a demissão de Mandetta como o que definiu como um “divórcio consensual”.

E assegurou que demitiu Mandetta para defender a vida e os empregos.

Parecia confuso, lento e estalando a boca seca. Falou da mãe, misturou a história da mãe com os trabalhadores informais, olhou quase sempre pra baixo e repetiu a palavra ‘probremas’.

Bolsonaro estava muito branco. O tom geral foi o da defesa do fim do isolamento e a reafirmação do confronto com governadores e prefeitos.

Uma frase estranha, mal construída: “Não furtarei a minha responsabilidade”.

Uma cutucada em Doria Junior:
“Jamais mandaria as minhas Forças Armadas prenderem quem estivesse nas ruas”.

A impressão que deixou é a de que estava sem forças.

O Colete do SUS
Mandetta reapareceu para a última entrevista, já demitido, vestindo o colete do SUS e exaltando o sistema único de saúde.
Imagina-se que seja um gesto sincero, porque ninguém mais poderá, depois da pandemia, manipular a marca e a história do SUS impunemente.

As Máscaras
Uma cena inusitada na coletiva de despedida de Mandetta e sua equipe. Muitos assessores apareceram com máscaras, o que nunca tinham feito antes.

Mandetta perguntou o motivo, ninguém respondeu e ele determinou que tirassem as máscaras, porque estavam um longe do outro e longe dos jornalistas.