
Publicado originalmente no Blog do Kennedy
O presidente Jair Bolsonaro estimula confronto e divisão no país. Isso não é papel de presidente da República. Um líder em sua posição não deveria apostar no conflito nem atuar de forma divisionista. É irresponsável.
É possível usar óculos com lentes cor de rosa e enxergar nos protestos pró-governo de domingo manifestações de apoio à reforma da Previdência e ao pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro. Mas a mensagem das manifestações foi uma tentativa de acuar o Congresso e a cúpula do Judiciário. Basta ver as imagens de domingo para constatar isso.
Houve agressões ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a políticos e a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). No Paraná, chegou-se a retirar uma faixa com os dizeres “Em defesa da educação”. Ora, discordar dessa faixa é como lutar contra a água encanada e a energia elétrica.
O próprio Bolsonaro fez posts no domingo e ontem para capitalizar o que considerou uma demonstração de força. No entanto, houve um racho no campo conservador. O tamanho dos protestos pró-Bolsonaro não foi desprezível, mas ficou longe de emparedar o Congresso.
O efeito político tende a ser negativo para as relações entre Executivo, de um lado, e Congresso e Supremo, de outro.