
A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) está jogando pesado para conseguir mais apoio e, consequentemente, mais dinheiro e tempo de TV durante o período eleitoral. A vítima da vez é o União Brasil, fusão do PSL com o DEM, que está sendo chantageado para desistir de lançar candidatura própria e apoiar o Partido Liberal já no primeiro turno.
Segundo o Painel da Folha, o próprio Flávio Bolsonaro confirma que há pressão. “Foi o Bolsonaro quem fez a União Brasil desse tamanho. É importante para a coerência do partido estar com ele. Se não, vai ser lembrado como o partido que traiu o presidente”, diz o senador ao espalhar nova fake news. De fato, parte significativa do PSL se elegeu na onda bolsonarista, mas o DEM já tinha tradição em eleger bancada muito antes de 2018.
Mas a pressão pública é só a ponta do iceberg. O DCM apurou que há chantagem por parte do presidente e com o uso da máquina pública pelo apoio. Deputados do União Brasil sabem que podem ficar sem as emendas do Orçamento Secreto se a sigla não fechar apoio a Bolsonaro já no primeiro turno. Além disso, os parlamentares relatam que foram avisados de que não terão espaço num eventual novo governo.
Isso não é tudo, um assessor ligado a um deputado bolsonarista confirmou que a chantagem está pesada. “A campanha de Bolsonaro avisou que vão usar a máquina de moer bolsonarista, a de fake news, para espalhar que os deputados do União Brasil traíram o presidente”, comenta.
Mesmo com a pressão, caciques da legenda garantem que não há chance de um apoio formal no primeiro turno. Nomes como o próprio Luciano Bivar e também ACM Neto já descartaram a possibilidade. Embora Sergio Moro também seja contra o apoio, ele não tem voz dentro da sigla.